A Venezuela passa por uma longa crise. Hiperinflação, escassez de alimentos, caos social, mortes de civis em protestos, fuga em massa, entre outras mazelas, ocupam o noticiário sobre o país.
Recentemente, o novo presidente da Assembleia Nacional (de maioria opositora), Juan Guaidó, assumiu a presidência interina do país alegando que, ao assumir o segundo mandato em 10 de janeiro, Nicolás Maduro está usurpando o poder. Guaidó recebeu respaldo de centenas de milhares de venezuelanos, que realizaram protestos massivos em seu favor nas últimas semanas, e de dezenas de países, inclusive Estados Unidos, Brasil, Colômbia e de potências europeias, como Alemanha, França e Reino Unido.
Mesmo assim, há quem apoie o regime chavista, cujas políticas ajudaram o país a entrar em colapso. Esta seleção de textos mostra o pesadelo enfrentado pelos venezuelanos sob o comando de Maduro.
De todas as coisas assombrosas e irresponsáveis que vêm ocorrendo na Venezuela - morte de crianças desnutridas, assassinatos de opositores, filas onde só se distribui benefícios a quem jura lealdade ao governo ou enterros caseiros, sem falar da corrupção -, a única que parece revoltar Arreaza é essa.
Assim foi sua justificativa para a caça a correspondentes estrangeiros ocorrida na última semana, em que 11 foram detidos, vários deles deportados.
Os Estados Unidos têm, sim, uma história de intervir na América Latina do lado de ditadores, geralmente na luta contra o comunismo ou para proteger o hemisfério da influência de outras potências estrangeiras. É fácil ver por que vários malandros e inocentes veriam esse padrão se repetindo na Venezuela.
Eles estão errados, no entanto. Apoiar Maduro agora não é ficar contra o imperialismo americano. Pelo contrário, é um endosso do imperialismo dos adversários da América.
Uma força de elite da polícia venezuelana criada pelo ditador Nicolás Maduro foi responsável pelo assassinato de 205 pessoas em 2018 e se transformou em um "esquadrão da morte" a mando do regime, acusou a ONG venezuelana Provea.
Reportagem traz relatos como o de Ana Cecilia Colmenares, 58 anos. Ela contou que seu filho, Yonny Godoy, 29 anos, foi morto a tiros pelas forças de segurança depois de se juntar a um protesto dois dias antes.
As tropas da FAES invadiram a favela onde moravam em 25 de janeiro, ela disse. A porta da casa estava aberta e ele viu policiais do lado de fora apontando armas, disse Colmenares. Sem camisa e descalço, Godoy saiu e se entregou. Ele foi arrastado para fora enquanto as autoridades a trancaram dentro da casa. Testemunhas contaram à família sobre seus momentos finais, até que ele morresse por um tiro no abdômen.
Progressistas americanos criticam o presidente dos EUA, Donald Trump, pela iniciativa de isolar o regime venezuelano, acusando-o de hipócrita por não agir da mesma maneira com países como Arábia Saudita. Esse tipo de questionamento esquerdista provavelmente era inevitável, mas, bem, eles têm razão? A hipocrisia desqualifica a política de Trump? Ou existe uma base de princípios para a preocupação seletiva com a Venezuela?
Pelo menos 40 pessoas morreram e mais de 850 foram presas por forças de segurança do regime chavista na última onda de repressão a protestos, entre 21 e 26 de janeiro, segundo informou o porta-voz do Alto Comissariado para Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Rupert Colville. Dentre os presos, 77 são menores de idade, alguns deles com apenas 12 anos.
As consequências da crise econômica, humanitária e política da Venezuela têm sido dramáticas: uma economia em queda livre. Escassez de alimentos. Crises na saúde. Milhões de pessoas deslocadas. Veja os gráficos.
O aumento espetacular da popularidade do chavismo, que promoveu o culto de Chávez como libertador do povo venezuelano, tornou-se o veículo no qual Chávez consolidou sua legitimidade e as mudanças políticas significativas feitas durante seu período no poder de 1999 a 2013.
Vladimir Padrino é o ministro da Defesa da Venezuela. Gerardo Rangel é um dos mais importantes generais do exército. Nestor Reverol é um ex-comandante da Guarda Nacional que supervisiona o Ministério do Interior e da Justiça. Eles também são, segundo o Tesouro dos EUA, traficantes de drogas e participantes de esquemas de corrupção que operam dentro do empreendimento criminoso que é o regime de Nicolás Maduro.
O Anteprojeto de Lei Constitucional do Ciberespaço da República Bolivariana da Venezuela outorga mais poder ao regime para vigiar o uso da internet com o suposto objetivo de garantir a segurança da nação. A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol) afirma se tratar de uma estratégia de Nicolás Maduro para coibir as liberdades de expressão e de imprensa no país.
Um dos principais fatores que contribuiu para que a Venezuela chegasse a essa situação foi a desestruturação do setor produtivo. “Nos últimos 18 anos, o Estado venezuelano se dedicou a adquirir, por diferentes métodos, um importante número de empresas. A expropriação foi um desses métodos de aquisição usado em empresas de setores como cimento e café, de onde se chegou ao monopólio.
Usina da refinaria estatal de petróleo há décadas vem lançando substâncias contaminantes na baía Amuay e no Mar do Caribe, ameaçando o sustento das centenas famílias que vivem nesta vila pobre de pescadores na costa noroeste do país.
Pelo menos 3,7 milhões de pessoas estão passando fome no país, segundo a agência da ONU para alimentação. No entanto, o governo nega que haja uma crise humanitária.
Por causa da inflação, alimentos para cães e cuidados veterinários estão fora do alcance de milhões de pessoas, que precisam abrir mão de seus bichinhos.
Um triste aspecto da crise venezuelana: a mortalidade infantil no país já é duas vezes maior que a média da América Latina.
Um dos efeitos mais nocivos da crise pela qual passa a Venezuela é a pane na educação. Professores e alunos, com fome e sem dinheiro, abandonaram as salas de aula e as escolas, principalmente as particulares, fecharam as portas. A extensão do estrago, porém, é ainda desconhecida: em 2003, Maduro deixou de fazer pesquisas sobre a qualidade da educação no país e, desde então, se nega a participar de avaliações internacionais.
Regime venezuelano deu duas versões para a morte: em uma, o vereador Fernando Albán se matou ao se atirar da janela de um banheiro, na outra, ele havia se atirado de uma sala de espera do prédio. Oposição acredita que ele foi assassinado pelo regime.
Crise no país do ditador Nicolás Maduro tornou mais frequente furtos de antenas de celulares, prejudicando a conexão dos venezuelanos.