A crise na Venezuela parece longe de seu fim. Hiperinflação, escassez de alimentos, caos social, mortes de civis em protestos, fuga em massa, entre outras mazelas, ocupam o noticiário sobre o país, que já teve a maior renda per capita da América Latina.
Vinte anos depois de Hugo Chávez ser eleito presidente, o resultado das suas políticas socialistas é o colapso econômico do país.
Esta seleção de textos reconta a história recente do país e ajuda a entender como a Venezuela de Chávez e Maduro se transformou nesse caos:
Uma mescla de erros econômicos e eternização do poder político fez o país de Nicolás Maduro encerrar 2017 com uma inflação altíssima e PIB em queda. A crise chama a atenção quando se considera a evolução da economia sul-americana nos últimos 20 anos. A Venezuela sustentava o segundo maior PIB per capita do subcontinente.
O Legislativo, liderado pela oposição desde 2016, foi neutralizado em 2017 quando o Presidente Nicolás Maduro criou um novo corpo legislador composto inteiramente por seus apoiadores, medida criticada na Venezuela e no exterior como inconstitucional.
Em 2017, o embaixador da Venezuela na Organização das Nações Unidas (ONU), Rafael Ramirez, renunciou ao posto após uma disputa rara com a cúpula do governo do presidente Nicolás Maduro. Nas redes sociais, Ramirez disse que renunciou ao cargo a pedido de Maduro por expressar publicamente suas opiniões sobre questões econômicas.
O socialismo de Chávez e Maduro obrigou o venezuelano a fazer uma cruel e indesejada dieta forçada, especialmente para a crescente parcela mais pobre da população.
Em busca de melhores condições de vida, venezuelanos mais velhos deixam para trás suas histórias no país de Maduro e se mudam para outros lugares.
Venezuelanos estavam chamando o fim de ano passado de “Infeliz Navidad” (“infeliz Natal”) – uma época festiva devastada pela hiperinflação.
Após deixarem seu país, venezuelanos partem em busca de uma vida melhor em outros lugares. Apesar das dificuldades de adaptação à vida em um novo lugar, este parece ser um caminho melhor do que a fome e a revolta que enfrentaram em seu país.
Uma pesquisa mostrou que a escassez de alimentos fez com que os venezuelanos perdessem em média 11,4 quilos em 2017. A comida, além de pouca, tem baixa qualidade nutricional.
Água em péssimas condições (quando há água), falta de energia e internet: esse é o triângulo impossível que atinge venezuelanos diariamente, mesmo os de classe média.
Falência do estado socialista provoca uma das mais dramáticas fugas de talentos humanos da história da humanidade.
Produto está se tornando um artigo de luxo para a população venezuelana. Preço equivale ao de carnes nobres.
Venezuelanos procurando asilo nos Estados Unidos - com visto de turismo ou negócios - estão chegando a Miami em números crescentes e recebem uma acolhida melhor do que os migrantes centro-americanos que o presidente Donald Trump pretende bloquear na fronteira com o México.
No país que tem uma das maiores reservas de petróleo do mundo, postos de trabalho na PDVSA, que antes eram cobiçados, estão sendo abandonados. Equipamentos são roubados e especialistas na produção fogem do país.
A situação da Venezuela só piora a cada dia que passa. Os preços não dão trégua e a inflação anual deve atingir 1.000.000% em 2018, segundo estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI). Só para comparar, é, aproximadamente, a mesma variação de preços que o Brasil teve desde março de 1992.
O ditador da Venezuela disse ter responsabilidade no que considerou o fracasso no modelo econômico adotado por seu regime na Venezuela, que enfrenta hiperinflação e quatro anos de recessão. "Os modelos produtivos que até agora temos testado fracassaram, e a responsabilidade é nossa, é minha, é sua", afirmou o mandatário no congresso do Partido Socialista Unido da Venezuela.
Estatização de empresas fez com que estas se tornassem menos produtivas e mais inchadas. Investimentos foram desperdiçados e país precisa importar gêneros básicos.
Pelo menos 3,7 milhões de pessoas estão passando fome, segundo a agência da ONU para alimentação. No entanto, o país nega que esteja havendo uma crise humanitária.
Por causa da inflação, alimentos para cães e cuidados veterinários estão fora do alcance de milhões de pessoas, que estão tendo que abrir mão de seus bichinhos.
Para os empresários, um ambiente que já era dramático está piorando constantemente. Muitas lojas têm mantido suas portas fechadas e os donos se perguntam se terão que reduzir o pessoal. Mais de 130 gerentes e funcionários de empresas foram presos, acusados pelas autoridades de "especulação" porque aumentaram os preços.
Um triste aspecto da crise venezuelana; a mortalidade infantil já é duas vezes maior que a média da América Latina.
A boliburguesia é formada por militares, políticos, funcionários públicos e empresários ligados ao chavismo. Conheça a classe que acumula riqueza em meio à derrocada econômica, política e social da República Bolivariana da Venezuela.
Um em cada três médicos venezuelanos deixou o país, doenças erradicadas voltaram como epidemias e crianças estão morrendo em hospitais com más condições de higiene.
Além da mortalidade infantil, os menores de idade sofrem também com os altos números de assassinatos. Em 2017, 1.134 menores foram assassinados no país - 76 tinham menos de 4 anos.
O FMI estima uma inflação de 10.000.000% para a Venezuela em 2019, sete vezes mais que o índice de preços deste ano.
No mundo do ditador Nicolás Maduro, as prateleiras dos supermercados estão abastecidas, o êxodo de cidadãos famintos não existe e as alegações de uma terrível crise na saúde fazem parte de um plano que pode resultar em uma invasão dos EUA
A oposição na Venezuela está enfraquecida. Em parte, por causa da repressão do regime de Maduro. Há dezenas de presos políticos e líderes de partidos da oposição que estão exilados ou com um mandado de prisão.
Um dos efeitos mais nocivos da crise pela qual passa a Venezuela é a pane na educação. Professores e alunos, com fome e sem dinheiro, abandonaram as salas de aula e as escolas, principalmente as particulares, fecharam as portas. A extensão do estrago, porém, é ainda desconhecida: em 2003, Maduro deixou de fazer pesquisas sobre a qualidade da educação no país e, desde então, se nega a participar de avaliações internacionais.