O Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) fez nesta quarta-feira (18) um alerta para o risco de aumento das migrações por conta das mudanças climáticas. A estimativa é de que até o ano de 2050, 200 milhões de pessoas possam ter que deixar seus lares por conta da degradação do meio ambiente.

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O Relatório sobre a Situação da População Mundial 2009 – lançado em Brasília e em outras 120 cidades no mundo simultaneamente – pede ainda que os governos se planejem com antecedência na tentativa de reduzir os riscos de desastres naturais.

Para o representante do Unfpa no Brasil, Harold Robinson, é urgente que a questão das mudanças climáticas seja vista sobre um novo enfoque: o da relação entre clima, população e gênero. O ponto central, segundo ele, é que as mudanças climáticas não são apenas uma questão ambiental, mas um problema humano provocado pela atividade humana.

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Robinson destacou evidências do aquecimento global provocado pelas emissões de gases de efeito estufa – os dez anos mais quentes foram registrados nos últimos 12 anos e os desastres naturais dobraram nas últimas duas décadas, com uma média de 400 ocorrências ao ano. "Há um impacto direto sobre o bem-estar da população mundial", avaliou.

O representante da organização ressaltou que as mudanças climáticas são a ameaça que afeta a humanidade de forma mais desigual, uma vez que atingem quem menos contribuiu para a sua ocorrência – os mais pobres e os mais vulneráveis. Dados do relatório indicam que apenas 3% do total dos gases de efeito estufa lançados na atmosfera, por exemplo, são emitidos por essa parcela da população.

A coordenadora do Unfpa no Brasil, Taís Santos, lembrou que as mudanças climáticas são fato posto, já que estão em pleno andamento. "As pessoas são responsáveis, são afetadas e precisam se adaptar", disse, referindo-se ao homem como o único agente capaz de interromper as alterações de clima.

Taís acredita que o que se pode fazer atualmente é adotar comportamentos proativos que considerem todas as dimensões do problema. Ela avaliou que os investimentos em tecnologias mais limpas ou mais verdes, por exemplo, podem contribuir, mas que o problema é bem mais complexo.

A poucos dias da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em Copenhague (Dinamarca), a Unfpa cobrou uma negociação global sobre o clima baseada na igualdade e nos direitos humanos.

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