O tiroteio em uma base aeronaval em Pensacola, no estado americano da Flórida, em dezembro foi um "ato de terrorismo motivado por ideologia jihadista", disse o procurador-geral dos EUA, William Barr, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (13) em Washington, segundo a mídia local. Os EUA anunciaram que 21 cadetes da Arábia Saudita que faziam treinamento militar no país seriam enviados de volta à Arábia Saudita.
Mohammed Alshamrani, um piloto militar da Arábia Saudita de 21 anos que estava nos EUA participando de um programa de treinamento, abriu fogo no interior da base na manhã de 6 de dezembro passado, deixando três marinheiros americanos mortos e várias pessoas feridas.
O atirador, que foi morto por policiais durante o ataque, tinha histórico de publicações anti-americanas e anti-Israel nas mídias sociais, disse Barr. Uma publicação feita por Alshamrani em 11 de setembro passado, no aniversário dos atentados terroristas de 2011 contra os EUA, dizia que "a contagem regressiva começou".
Os cadetes que foram expulsos dos EUA não são acusados de envolvimento com o caso. No entanto, 17 dos sauditas em treinamento tinham conteúdo anti-americano ou jihadista em redes sociais, e 15 deles tiveram contato com pornografia infantil, disse Barr. Eles embarcaram de volta ao reino saudita nesta segunda-feira.
A Arábia Saudita é um importante parceiro militar dos Estados Unidos. O ataque de dezembro deu início a um análise mais minuciosa sobre o programa de treinamento a militares estrangeiros nos EUA e pode ter complicado as relações entre os dois países no momento em que as tensões entre EUA e Irã, rival da Arábia Saudita na região, estão aumentadas.
Barr disse na coletiva de imprensa que a Apple não colaborou até o momento para que o FBI conseguisse desbloquear os dois aparelhos celulares do atirador. Anteriormente, a Apple disse que já havia entregue ao FBI "todos os dados em nossa posse", segundo a Reuters.