São Paulo – As equipes de resgate continuam a busca por sobreviventes da tragédia provocada pela passagem do ciclone Sidr há três dias, no sul de Bangladesh. A última contagem de baixas aponta para 2.388 mortos. O governo calcula ainda 1.458 feridos e outros 1.066 desaparecidos, além de 2,7 milhões afetadas de alguma forma pela tragédia ambiental.

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O Ministério de Gestão de Desastre também estima uma cifra de 242 mil de animais mortos, 273 mil casas arrasadas, além de 7.340 hectares de áreas de cultivo completamente destruídas.

A Cruz Vermelha calcula pelo menos 3 mil mortes, com 6 milhões a 7 milhões de pessoas afetadas pela tragédia. O presidente da organização no país, Abdur Rob, chegou a assegurar que existia a possibilidade, baseado em eventos anteriores, de o número de mortos chegue ao número de 10 mil mortos.

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O ciclone Sidr foi classificado por muitos como um dos mais poderosos das últimas décadas, mas um plano de evacuação prévio e o fato de o furacão ter tocado a terra durante a maré baixa evitaram uma catástrofe ainda maior.

O Sidr, que segundo fontes meteorológicas foi o pior em uma década, arrasou tudo o que encontrou em seu caminho, com ventos de até 233 km/h, e causou uma alta das ondas em cinco metros, num país onde 60 milhões de pessoas vivem a menos de dez metros acima do nível do mar.

"Nunca vi um nível tão grande de devastação", afirmou o governador do distrito de Bagerhat, Sahidul Islam, região em que foram contabilizados 610 mortes. "Estamos distribuindo arroz, mas a população necessita sobretudo de água potável, porque a canalização não funciona. A cidade resistiu parcialmente às inundações do ciclo, mas as áreas próximas estão completamente destruídas", acrescentou.

O papa Bento 16 pediu ontem a solidariedade internacional para a população do Bangladesh, para que "haja assistência às necessidades imediatas" após a passagem do ciclone Sidr. "Peço para que sejam feitos todos os esforços possíveis para socorrer nossos irmãos tão duramente afetados", afirmou ele, após a oração do Angelus.

O ciclone Sidr, além de ter arrasado o sul de Bangladesh, também provocou um desastre ecológico, pois destruiu a maior floresta de manguezal do planeta, os "Sunderbans", considerado patrimônio da humanidade e reserva ambiental para milhares de animais raros.

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Centenas de famílias de pescadores pobres vivem neste manguezal e seus arredores, formado por várias ilhas, sendo uma fronteira natural com a Índia. "O ciclone provocou um desastre ambiental", afirmou ontem Zunayed Kabir Chowdhury, um estudioso do manguezal.