As eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos prometem ser tão concorridas quanto o pleito de 2016. 2020 ainda conta com mais polêmicas, como o voto por correspondência, que pode ser adotado de forma mais ampla devido à pandemia e ao qual Donald Trump não economiza críticas. Apesar de estar praticamente certo que Joe Biden e Trump serão os indicados, falta a confirmação oficial dos partidos Democrata e Republicano, que deve ocorrer ainda este mês. A partir daí, os ataques de ambos os lados contra o opositor devem engrossar.
Apesar de todas as críticas que os democratas possam ter contra Trump, há acertos do presidente que precisam ser destacados e que nenhum adversário deveria ignorar. Confira:
1. Mediou o acordo de paz entre Israel e os Emirados Árabes Unidos
Na quinta-feira (13), com intermédio dos EUA, Israel e Emirados Árabes Unidos chegaram a um acordo histórico de paz, a fim de normalizar as relações diplomáticas entre as duas nações, que ficam no Oriente Médio. Nas próximas semanas, delegações dos países vão se reunir para assinar acordos sobre investimentos, turismo, voos diretos entre os países, segurança, telecomunicações, tecnologia, energia, saúde, cultura, meio ambiente e até o estabelecimento de embaixadas recíprocas. Também devem cooperar na luta contra a pandemia de Covid-19.
“A normalização das relações e a diplomacia pacífica vão aproximar dois dos mais confiáveis e capazes parceiros da América na região”, afirmou comunicado conjunto assinado por Trump, pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu e pelo Sheikh Mohammed bin Zayed Al Nahyan, príncipe herdeiro dos Emirados Árabes Unidos.
O acordo, batizado de Abraham Accords, vai ser assinado oficialmente nas próximas semanas na Casa Branca. Sob o acordo, Israel suspenderia a declaração de anexação de partes da Cisjordânia e trabalharia para expandir suas relações com países árabes - com o interesse de frear a expansão da influência do Irã na região.
2. Apoiou um importante passo rumo a uma reforma criminal
Em dezembro de 2018, Trump sancionou o First Step Act (Lei do Primeiro Passo, em português). Essa foi a primeira vitória de uma reforma legislativa tão almejada por aqueles que buscam acabar com o encarceramento em massa nos Estados Unidos, que tem a maior população carcerária do mundo.
O projeto, que foi aprovado no Congresso com amplo apoio bipartidário, revisou algumas leis federais e reduziu as sentenças mínimas obrigatórias para crimes relacionados ao tráfico de drogas, além de ter ampliado programas de liberdade antecipada.
A lei também quer ajudar a reduzir a reincidência no país, oferecendo mais oportunidades de treinamento profissional a encarcerados, bem como busca tornar o tratamento a prisioneiros mais humano, por meio da proibição, por exemplo, de algemar presas grávidas e colocar jovens infratores em isolamento solitário.
3. Acabou com o califado do Estado Islâmico
O Estado Islâmico (EI) foi responsável por diversas brutalidades que chocaram o mundo, tendo conquistado uma considerável área do Iraque e da Síria e declarado um califado no território, base de suas operações. Em março de 2019, após um esforço de cinco anos liderado pelos Estados Unidos, o califado do EI foi derrotado. Isso não significa que o grupo terrorista foi completamente derrotado, mas foi uma perda significativa.
Além disso, em outubro, o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, foi morto em um ataque coordenado pelos EUA na Síria. Baghdadi era o terrorista mais procurado do mundo na ocasião, sendo que sua morte representou um duro golpe para o Estado Islâmico. Na época, Trump afirmou que o líder do EI estava sob vigilância há algumas semanas, e duas ou três missões foram abortadas antes de esta última ser lançada.
"As forças especiais de operação dos Estados Unidos executaram uma incursão perigosa e arriscada no Noroeste da Síria e a realizaram em grande estilo. Não tivemos perdas humanas, enquanto vários combatentes de Baghdadi foram mortos com ele", declarou na ocasião.
4. Quer acabar com a epidemia de HIV nos EUA
Em 2019, Trump apresentou o "Acabando com a epidemia de HIV: um plano para a América" (EHE, na sigla em inglês). Trata-se de um plano que visa acabar com a epidemia do vírus nos Estados Unidos até 2030, por meio da concentração em 50 pontos do país considerados críticos, que respondem por metade das novas infecções.
O primeiro objetivo do plano é manter saudáveis todos os norte-americanos contaminados com o vírus, por meio da ingestão diária de um coquetel com três medicamentos. Assim, as chances de essas pessoas infectarem outros indivíduos seriam reduzidas a níveis próximos de zero. O segundo objetivo seria fazer com que todos os cidadãos considerados de risco recebam profilaxia pré-exposição, a chamada PrEP, para se protegerem de uma possível infecção. O plano potencializa, portanto, avanços científicos críticos na prevenção, diagnóstico, tratamento e resposta a surtos de HIV.
Desde 1981, mais de 700 mil norte-americanos perderam sua vida na luta contra o HIV e mais de 1 milhão de cidadãos dos EUA convivem com o vírus anualmente.
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