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Grevistas dos Correios fizeram passeata pelo centro de Curitiba | Hedeson Alves/Gazeta do Povo
Grevistas dos Correios fizeram passeata pelo centro de Curitiba| Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo

Curitiba – A era da informação na Internet é uma revolução em andamento em que ninguém sabe qual mídia irá prevalecer e qual deixará de existir. Até agora, há muitas conjecturas e poucas certezas. Uma dessas é a democratização do acesso à comunicação. Na rede mundial de computadores, todos podem produzir e publicar conteúdo. Da mesma forma, cada vez mais pessoas podem discutir e ter acesso a opiniões diferentes. Em boa parte, a ferramenta que possibilitou tudo isso foram os blogs.

Do Egito ao Equador e da Angola à Armênia, o movimento blogueiro está se consolidando e ganhando respeito. Não porque individualmente cada blogueiro seja espetacular (alguns, de fato, são), mas porque juntos eles conseguiram criar um ambiente favorável para o debate e a troca de informações que se tornou relevante e a cada dia recebe novos adeptos.

Nos EUA, onde a blogosfera está no seu estágio mais avançado, a participação dos blogueiros na política e na mídia é enorme – tanto como complementadores da notícia quanto no levantamento de informações que acabam por destronar políticos e jornalistas. O caso mais famoso é o chamado "Rathergate", em que o veterano jornalista Dan Rather, da CBS, apresentou documentos falsos numa acusação contra o presidente George W. Bush e foi descoberto graças ao empenho da blogosfera.

Questionado à época sobre o fato, Jonathan Klein, ex-vice-presidente da rede CBS, desdenhou do potencial jornalístico de um "cara sentado de pijamas na sala de sua casa escrevendo". A frase deu origem ao termo pajamahadeen (a mescla de pijama e mujahideen – guerreiro santo), como se auto-intitulam muitos dos blogueiros nos Estados Unidos.

A força desse movimento vai significar a morte da velha mídia? Foi o que se questionou o blogueiro (e jornalista) Andrew Sullivan – um dos primeiros nos EUA a largar as redações dos grandes jornais para "vestir o pijama" –, num artigo para a revista Time, logo após a queda de Rather. Ele mesmo respondeu: "De jeito nenhum. Os blogs dependem dos recursos jornalísticos dos grandes meios de comunicação para fazer o grosso da reportagem e da análise. O que os blogs fazem é oferecer a melhor investigação possível dos grandes meios de comunicação – melhorando o padrão dos profissionais, acrescentando novas opiniões, novos pontos de vista e novos fatos a cada minuto. (...) Em uma época de debate radicalizado, nunca antes a verdade esteve tão disponível. Agradeça aos camaradas de pijama. E os leia."

A reportagem selecionou 50 blogs que servem como referência para a vida política e cultural de mais de 30 países. Todos são escritos em português, inglês ou espanhol.

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