Ouça este conteúdo
No último sábado (11), a capital da Geórgia, Tbilisi, foi palco de uma grande manifestação popular. 50 mil pessoas tomaram as ruas em oposição ao controverso projeto de lei sobre “agentes estrangeiros”, rotulado de “Lei Russa” por seus críticos.
A proposta, que já passou por uma segunda votação no parlamento georgiano, é vista por opositores como uma ameaça à sociedade civil e tem sido comparada a legislações similares em vigor na Rússia.
Os manifestantes, empunhando bandeiras da Geórgia e da União Europeia (UE), expressaram seu descontentamento com uma lei que, se aprovada, exigirá que ONGs e organizações de mídia que recebam mais de 20% de seu financiamento do exterior se registrem como "organizações que buscam os interesses de uma potência estrangeira".
Tal movimento é interpretado como um esforço para silenciar vozes dissidentes e reflete, segundo críticos, a influência crescente da Rússia sobre o país, que integrou a União Soviética.
O partido governista Sonho Georgiano, liderado pelo primeiro-ministro Irakli Kobakhidze, defende o projeto, alegando que aumentará a transparência sobre o financiamento estrangeiro de ONGs. No entanto, a oposição e diversos grupos da sociedade civil veem na medida uma forma de repressão e um retrocesso democrático.
Segundo informações do jornal americano The Washington Post, o Sonho Georgiano disse que irá acelerar a votação do projeto de lei para que ela ocorra já nesta terça-feira (14). A presidente Salome Zourabichvili prometeu vetar a lei, mas, caso isso ocorra, o veto deverá ser derrubado pelo Sonho Georgiano, que possui votos suficientes no Parlamento para realizar tal ato.