A Organização Mundial da Saúde (OMS) vai publicar nesta terça-feira (14) seu parecer estratégico atualizado, o qual incluirá seis critérios para que os governos levem em consideração no momento em que estiverem planejando o afrouxamento das restrições de isolamento, quarentena e distanciamento social.
O diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, adiantou nesta segunda-feira (13) quais serão esses critérios:
- Que a transmissão esteja controlada;
- Que o sistema de saúde seja capaz de detectar, testar, isolar e tratar todos os casos e rastrear todos os contatos;
- Que os riscos de surtos sejam minimizados em contextos especiais, como unidades de saúde e asilos;
- Que medidas preventivas estejam em vigor em locais de trabalho, escolas e outros lugares onde as pessoas precisam ir;
- Que os riscos de importação de casos possam ser gerenciados;
- E que as comunidades estejam totalmente educadas, engajadas e capacitadas para se ajustarem à "nova norma".
Segundo a OMS, os países devem encontrar um equilíbrio entre as medidas que tratam da mortalidade causada pela Covid-19 e por outras doenças devido aos sistemas de saúde sobrecarregados, bem como os impactos socioeconômicos.
Tedros lembrou também que será necessário o desenvolvimento e a aplicação de uma vacina segura e eficaz para interromper totalmente a transmissão de Covid-19.
Países em desenvolvimento
Tedros voltou a falar sobre os países mais pobres na África, Ásia e América Latina, que ainda estão considerando se adotam ou não quarentenas e outras medidas de contenção da propagação do novo coronavírus.
"Em países com grandes populações pobres, os pedidos para que as pessoas fiquem em casa e outras restrições usadas em alguns países de alta renda podem não ser práticos", alertou. "Muitas pessoas pobres, migrantes e refugiados já estão vivendo em condições de superlotação, com poucos recursos e pouco acesso aos cuidados de saúde. Como você sobrevive a um lockdown quando depende de seu trabalho diário para comer?", questionou Tedros nesta segunda-feira.
"Cada governo deve avaliar sua situação, protegendo todos os seus cidadãos e, especialmente, os mais vulneráveis", completou.
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