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Militares norte-coreanos durante exerício de lançamento de míssil em Pyongyang | ED JONES/AFP
Militares norte-coreanos durante exerício de lançamento de míssil em Pyongyang| Foto: ED JONES/AFP

As considerações do líder norte-coreano Kim Jong-un e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre ataques nucleares, nesta quarta-feira (9), foram recebidas com preocupação pela comunidade internacional e levantaram, ao mesmo tempo, uma série de dúvidas sobre até que ponto essas ameaças podem sair da retórica e se tornarem reais. Em meio a esse cenário, a escalada de tensão entre os dois países aumenta e gera expectativa no mundo todo. 

Abaixo, seis pontos importantes para entender a ameaça de bomba atômica feita pela Coreia do Norte a Guam, ilha controlada pelos Estados Unidos no Pacífico: 

1 - Qual o tamanho da bomba e se seu alcance? 

Ainda não se sabe qual seria o verdadeiro alcance de mísseis intercontinentais em poder da Coreia do Norte nem como de suas artilharias bélicas desenvolvidas desde a 2ª Guerra Mundial. No entanto, sabe-se que o governo norte-coreano tem estado focado em construir mísseis de longa distância, com possibilidade de atingir a região continental dos Estados Unidos. Pelo menos dois tipos de mísseis balísticos estão sendo exibidos pela Coreia do Norte desde 2012 em paradas militares. São os mísseis KN-08, cujo alcance pode ser de até 11,5 mil quilômetros, o e KN-14, com alcance de 10 mil quilômetros. A capacidade da bomba nuclear em questão, contudo, ainda levanta dúvidas

Cinco testes foram realizados com bombas nucleares pela Coreia do Norte, sendo que em 2016, o país usou um artefato do tamanho da bomba que os Estados Unidos lançaram sobre Nagasaki, em 1945. Na época, o governo declarou que iria tentar compactar e padronizar o dispositivo para uso em mísseis. 

A suspeita da comunidade internacional é que a Coreia tenha descoberto uma forma de incorporar uma bomba nuclear, como essa do teste de 2016, em um de seus mísseis intercontinentais. Um relatório citado pelo jornal The Washington Post aponta que Pyongyang teria 60 armas nucleares em seu arsenal. 

2 – Qual a resposta da comunidade internacional? 

A tensão entre Coreia do Norte e Estados Unidos já levou outros países a pedirem moderação entre as partes. É o caso da Alemanha, que mostrou preocupação com a “escalada retórica” dos governos envolvidos. Segundo a chancelaria alemã, uma medida militar não ajudará a resolver as diferenças entre os países. 

A União Europeia também pediu uma solução pacífica sobre o caso. “Uma paz duradoura e a desnuclearização da Península Coreana precisam ser atingidos por meio de fins pacíficos", afirmou a porta-voz da UE, Catherine Ray. Segundo ela, "isso exclui a ação militar". 

Os Estados Unidos, por sua vez, responderam a provocação norte-coreana no mesmo tom que o país asiático. Trump disse que o arsenal nuclear americano é mais forte e poderoso do que tudo que já foi visto antes. Ele prometeu “fogo e fúria” contra a Coreia do Norte, caso a ameaça se torne realmente um ataque. Na tarde desta quarta-feira (9), o secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, emitiu um comunicado afirmando que o líder norte-coreano, Kim Jong-un, deveria atender à "voz única" do Conselho de Segurança das Nações Unidas e que o seu regime perderia qualquer corrida armamentista ou conflito que iniciasse.

3 – Por que Guan? 

Com cerca de 162 mil habitantes, a ilha de Guam tem pouco mais de 500 quilômetros quadrados e é de onde tem saído apoio dos Estados Unidos à Coreia do Sul, em relação a testes de mísseis por parte dos norte-coreanos. A área conta com uma instalação combinada da Marinha e Força Aérea americanas, sendo porto de submarinos nucleares e local de lançamento de voos estratégicos sobre os territórios japonês e da Península da Coreia. Guam também está dentro do alcance previsto dos mísseis desenvolvidos pelo regime de Kim Jon-un.

O governo da ilha já descartou a possibilidade de ataque – a área é protegida por um sistema anti-míssil de altitude elevada), mas moradores estão receosos quanto à ameaça. 

4 – Há chances de uma guerra nuclear? 

Apesar da troca de ameaças entre Trump e Kim Jon-un, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, disse nesta quarta-feira (9) que não acredita em uma “ameaça iminente” da Coreia do Norte. De acordo com ele, os americanos “podem dormir tranquilos”. “O que o presidente está fazendo é enviar uma mensagem firme à Coreia do Norte na linguagem que [o ditador norte-coreano] Kim Jong-un compreende, porque ele não parece compreender a linguagem diplomática", disse Tillerson. 

5 - Mais algum país tem arsenal nuclear?

Ter arsenais nucleares não é coisa apenas da Coreia do Norte e Estados Unidos. Reino Unido, Rússia, China e França também possuem armas nucleares. Esses países, exceto a Coreia, fazem parte do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Há outros quatro países, porém, que não são reconhecidos como estados nucleares, mas que desenvolvem projetos e testes na área, sem admitir, contudo, que a finalidade seja bélica. É o caso da índia, Irã, Israel e do Paquistão. 

6 - Quão assustadora é uma bomba atômica?

Quando uma bomba nuclear explode, uma grande quantidade de energia é liberada em um volume pequeno de ar. Isso cria uma bola de fogo branca, brilhante e mais quente do que a superfície de sol, que começa a se expandir. Quando a expansão cessa, é gerada uma parede de energia (chamada de onda de propulsão), que é um deslocamento do ar a uma velocidade absurda -- no caso de Hiroshima, a 1.100 km/h. Esse ar quente e veloz incendeia e derruba praticamente tudo que estiver no caminho nos quilômetros mais próximos. E em poucos segundos. Esse e outros fatos assustadores sobre bombas atômicas podem ser lidos aqui.

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