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América do norte

6 questões que explicam o acordo comercial entre os EUA, o México e o Canadá 

Donald Trump, dos Estados Unidos, e Justin Trudeau, do Canadá, chegaram a um novo acordo comercial na América do Norte, que substituirá o Nafta | SAUL LOEB/AFP
Donald Trump, dos Estados Unidos, e Justin Trudeau, do Canadá, chegaram a um novo acordo comercial na América do Norte, que substituirá o Nafta (Foto: SAUL LOEB/AFP)

Estados Unidos, México e Canadá vão ter uma nova parceria comercial a partir, provavelmente, de 2020, que substituirá o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês). As regras, para entrar em vigor, dependem da aprovação do Legislativo dos três países. Veja a seguir como ele deve funcionar:

O que aconteceu? 

Pouco antes da meia-noite de 30 de setembro, os Estados Unidos e o Canadá concordaram em um acordo para substituir o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA). O novo acordo comercial trilateral é chamado de Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA). 

Quando isso tem efeito? 

Antes que possa entrar em vigor, os líderes de cada um dos três países devem assiná-lo e conseguir a aprovação do legislativo dos três países. Como esse processo deve levar vários meses, as principais disposições do USMCA não entrarão em vigor antes de 2020. 

Este é um acordo de livre comércio? 

Não. Ao contrário do NAFTA, este último acordo não pretende ser sobre o livre comércio (ou mesmo o comércio mais livre). É um acordo protecionista imposto pelos EUA aos outros dois países. 

Quem se beneficia do acordo? 

Os principais beneficiários do acordo são sindicatos, produtores de leite dos EUA, fabricantes de medicamentos dos EUA e empresas que fornecem automação às indústrias (por exemplo, fabricantes de robôs). 

O acordo exigirá que pelo menos 30% dos carros (chegando a 40%, até 2023) sejam feitos por trabalhadores que ganham US $ 16 por hora. Isto forçará a produção de mais carros nos EUA e no Canadá, já que o salário típico da indústria no México é de apenas US $ 5 por hora. 

O acordo também exige que o México facilite a sindicalização dos trabalhadores, o que os tornará menos competitivos em relação aos trabalhadores sindicalizados mais produtivos nos EUA e no Canadá. 

Os produtores de leite dos EUA também terão maior acesso ao mercado canadense. Devido às novas restrições sobre a quantidade de produtos lácteos que o Canadá pode exportar, existe o potencial de os laticínios americanos obterem uma participação de mercado maior em países estrangeiros. 

As empresas farmacêuticas dos EUA também poderão vender produtos farmacêuticos no Canadá por 10 anos (em vez de oito), antes de enfrentar a concorrência dos genéricos. 

Como o acordo torna o trabalho humano nos três países um pouco mais caro, as empresas que criam robôs e outras automações provavelmente serão as beneficiárias de longo prazo. 

Quem são os maiores perdedores neste acordo? 

Tal como acontece com quase todos os acordos comerciais protecionistas, os consumidores serão os mais prejudicados. 

Segundo o Washington Post, economistas e especialistas na indústria automotiva acham que o USMCA vai fazer com que os preços dos carros nos EUA "aumentem e a disponibilidade de modelos diminua, especialmente de carros pequenos que costumam ser produzidos no México, mas podem não ser trazidos com isenção de tarifas.” 

Como as restrições ao aço e ao alumínio canadenses também permanecem, as empresas que usam esses materiais na indústria pagarão preços maiores e seus produtos serão menos competitivos no mercado global. 

Quanto tempo dura o acordo? 

Ao contrário do Nafta, que teve prazo indefinido, o USMCA expira em 16 anos. O acordo pode ser anulado antes, é claro, por uma administração dos Estados Unidos mais aberta ao livre comércio.

©2018 Foundation for Economic Foundation. Publicado com permissão. Original em inglês

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