Relatório divulgado na terça-feira (29) em Londres aponta que 7,3 milhões de jovens abaixo de 18 anos dão à luz por ano nos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil. Os dados são do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), órgão ligado à ONU.

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De acordo com o relatório, desses 7,3 milhões de nascimentos, 2 milhões são de mães com menos de 15 anos. A média, segundo a ONU, é de 20 mil adolescentes diariamente dando à luz nesses países.

As principais causas apontadas são: casamentos muito cedo, pobreza, obstáculos a direitos humanos, violência sexual, restrições a políticas de métodos anticoncepcionais, falta de acesso a educação e serviços de saúde ligados ao tema, entre outras coisas.

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Segundo a pesquisa, o Brasil tem dado "passos" para aumentar o acesso dessas jovens grávidas ao tratamento pré-natal e após o parto. Entretanto, diz o documento, se essas adolescentes brasileiras adiassem a gravidez para depois dos 20 anos, a produtividade do país poderia aumentar em US$ 3,5 bilhões (algo em torno de R$ 7,6 bilhões).

A ONU destaca os países em desenvolvimento porque 95% das mães abaixo de 18 anos são dessas regiões. Ao todo, há 580 milhões de mulheres adolescentes no mundo.

"A sociedade culpa muito frequentemente apenas a garota por ficar grávida, mas a realidade é que a gravidez na adolescência é muitas vezes não é uma opção, mas sim o resultado de ausência de escolhas e de circunstâncias que fogem do controle das meninas", diz o diretor-executivo do UNFPA, Babatunde Osotimehin.

Morte e aborto

A pesquisa diz ainda que 70 mil garotas morrem todos os anos de complicações da gravidez. O estudo informa também que cerca de 3,2 milhões de abortos inseguros ocorrem anualmente nos países em desenvolvimento, representando 98% do total em todo o mundo.

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A ONU ressalta que, na maioria desses países, a prática do aborto é considerada ilegal. Ao todo, 1,4 milhões deles ocorrem na África, 1,1 milhão na Ásia e 670 mil nos países da América Latina e do Caribe.Segundo o relatório, é possível até enxergar uma tendência de queda na gravidez na adolescência em algumas regiões pobres do mundo, mas numa velocidade muito lenta. Um exemplo é a África subsariana, onde o número de adolescentes que dão à luz deve subir de 2 milhões por ano para 3 milhões em 2030.

O relatório menciona que, segundo estimativas de 2010, 36,4 milhões de mulheres entre 20 e 24 anos tiveram filhos antes dos 18 anos.