Até o momento, 80 políticos já se registraram como pré-candidatos para as eleições presidenciais no Irã, antecipadas para o dia 28 de junho, entre eles estão alguns dos pesos pesados da política do país islâmico, que agora estão à mercê da aceitação de suas candidaturas pelo Conselho dos Guardiões.
O presidente do Parlamento, Mohamad Baqer Qalibaf, seu antecessor Ali Larijani, o ex-presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad e o ex-chefe de negociações nucleares Saeed Jalili são alguns dos nomes mais destacados que concorrem à presidência.
As eleições antecipadas ocorrem devido à morte do presidente Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero, junto com o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdolahian, e outras seis pessoas em 19 de maio.
A política iraniana é dividida em dois blocos principais: os chamados principalistas, mais ligados ao atual regime islâmico, e os reformistas, que buscam uma certa “abertura gradual” do país.
Dos pesos pesados, Qalibaf foi o último a se registrar, poucas horas antes do prazo final, no meio da tarde desta segunda-feira (3), e apenas seis dias depois de revalidar sua posição à frente do Parlamento, informou a agência de notícias estatal Irna.
Qalibaf , que é ex-prefeito de Teerã e ex-comandante da Guarda Revolucionária, já concorreu à presidência duas vezes e perdeu em ambas as disputas.
Se a candidatura dele e as de seus adversários forem aprovadas, poderão enfrentar outros nomes como Ahmadinejad, que, apesar de seu período polêmico na presidência do país, tem apoio entre as classes populares.
A ala dos principalistas também inclui Jalili, que já pediu no passado um endurecimento da política atômica do país para enfrentar Israel e que já se candidatou três vezes.
Pelo lado reformista, destaca-se Larijani, ex-presidente do Parlamento e ex-assessor do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. Ele mudou para o campo mais moderado há alguns anos.
Outro reformista de destaque é Eshaq Jahangiri, ex-vice-presidente durante o governo de Hassan Rohani (2013-2021).
O prefeito de Teerã, Alireza Zakani, o ex-presidente do Banco Central, Abdolnasser Hemmati, o ministro da Cultura, Mehdi Esmaili, e o ministro dos Transportes, Mehrdad Bazrpash, que estava em um dos helicópteros que voavam junto com o de Raisi no dia do acidente fatal, também estão na disputa.
Duas mulheres, as ex-deputadas Zohreh Elahian e Hamideh Zarabadi, também se registraram, embora até agora nenhuma mulher tenha superado o veto do Conselho dos Guardiões. Esse órgão, cuja função é aprovar ou vetar leis aprovadas pelo Parlamento e os candidatos políticos, começará a considerar as indicações já nesta terça-feira (4) e anunciará em 11 de junho quais estão aptos a concorrer.
O corpo de seis clérigos e seis juristas desqualificou Ahmadinejad em 2017 e 2021 e Larijani nas últimas eleições.
Desde as eleições parlamentares de 2020, o Conselho tem impedido a participação de vários candidatos reformistas, que apoiam uma abertura gradual do país, favorecendo assim os principalistas.
As eleições serão realizadas em meio a um forte descontentamento público em relação à má situação econômica e à repressão social, especialmente das mulheres com a nova campanha para reimpor o uso do véu.
As recentes eleições parlamentares de março registraram a menor participação nos 45 anos do regime islâmico, quando apenas 41% do eleitorado foi às urnas. (Com Agência EFE)
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