Estado Islâmico, ISIS, ISIL ou Daesh?
Os quatro nomes são usados para definir o grupo radical islâmico. ISIS é o acrônimo (sigla formada pelas iniciais) no inglês para Estado Islâmico do Iraque e da Síria, assim como Daesh é o acrônimo em árabe. Também podem ser chamados de ISIL, que significa, em inglês, Estado Islâmico do Iraque e do Levante (Levante é um termo que se refere a uma região em que a Síria está inserida).
Mas quem são estas pessoas?
Basicamente, os membros do grupo são religiosos muçulmanos que pregam uma interpretação rigorosa (e, para muitos, distorcida) do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos.
Há dois grupos principais dentro do Islamismo: os sunitas, que são maioria no Oriente Médio, e os xiitas. Os militantes do EI são sunitas.
Mesmo entre os sunitas há correntes diferentes de pensamento. Os membros do EI seguem o wahhabismo, uma variação do salafismo (praticado por uma minoria), que é a versão mais ortodoxa e extrema de interpretação da religião.
Nem todos os salafistas, obviamente, são terroristas. Mas, uma parte recorre às armas e às atrocidades para impor sua visão religiosa: a eles é empregado o termo ‘jihadista’ (que se tornou pejorativo neste sentido moderno).
Onde eles estão?
Os militantes do grupo ocupam desde 2014 áreas no Iraque e na Síria. No Iraque, um terço do território é tomado por estes extremistas. Na Síria, metade. Porém, em território sírio, eles estão em uma área tomada pelo deserto.
Mas estes não são os únicos pontos. Os atentados de Paris, bem como ataques anteriores, provam que há células jihadistas em vários países europeus e nos Estados Unidos. Segundo especialistas, os membros do EI são oriundos de dezenas de nações.
Entenda como o EI consegue militantes de todo o planeta neste especial produzido pela Gazeta do Povo.
Quem são os amigos?
O EI não tem aliados declarados entre os países, embora muito se fale em um apoio da Arábia Saudita na consolidação do grupo (por volta dos anos 2000) -- essa relação se dá pelos sauditas seguirem uma corrente religiosa muito similar à pregada pelo ISIS e pelo fato de serem, assim como o EI, desafetos do governo sírio.
Quem são os inimigos?
Se o EI não tem amigos, pelo menos de inimigos estão bem servidos. Duas coalizões tentam destruir suas bases no Iraque e na Síria: uma liderada pelos EUA e França; outra pela Rússia e Irã. Logo, todos estes países são seus inimigos -- o que explica os atentados na França e as ameaças a Rússia e EUA, por exemplo.
Mas não são apenas eles. Os membros do EI consideram infieis merecedores de castigo vários países ocidentais, além dos xiitas (a outra corrente islâmica) e grupos religiosos e étnicos na sua região (curdos e yazidis, por exemplo) .
Até mesmo grupos extremistas como a Al-Qaeda estão no rol de inimigos dos jihadistas.
Por que duas coalizões combatem o EI, e não apenas uma?
Basicamente porque as duas frentes tem objetivos diferentes. Enquanto o grupo liderado pelos norte-americanos querem a saída do líder sírio Bashar al-Assad, a força comandada pela Rússia deseja a sua permanência. Os russos, por exemplo, bombardeiam também os opositores ao comandante sírio -- fato condenado por norte-americanos.
Por que o mundo deve temê-lo?
Com os ataques mais recentes, o EI provou que mudou seu modus operandi. Anteriormente, os atentados reivindicados pelo grupo fora da área de conflito Síria-Iraque eram promovidos por ‘lobos solitários’ -- pessoas inspiradas na ideologia extremista, mas que agiam por conta própria.
Agora, os ataques parecem ser coordenados e praticados com a organização efetiva do EI. E isso tem aumentado a letalidade das ações.
Além disso, o alvo (ou a falta dele) é assustador: na França, o ataque teve como vítimas cidadãos comuns, de vários países, muitos deles turistas.
O que o EI já fez para o mundo?
O grupo está por trás de atentados na França, Espanha e no Líbano, por exemplo . Também foi aparentemente responsável pela queda de um avião russo da Metrojet -- 224 pessoas morreram nesta ação.
Como eles conseguem dinheiro?
Por vias criminosas, principalmente. O EI se sustenta por meio da extorsão e cobrança de impostos da população civil das áreas que controla. Além disso, eles contrabandeiam petróleo para países vizinhos e também participam ativamente do tráfico de armas.