A ONG Save the Children, que trabalha pela defesa dos direitos da criança, divulgou dados alarmantes a respeito do casamento infantil pelo mundo na última segunda-feira (10). Segundo o relatório Every Last Girl, 15 milhões de meninas com menos de 18 anos se casam por ano, e a cada sete segundos, uma menina com menos de 15 anos é forçada a se casar. Em lugares como Afeganistão, Iêmen, Índia e Somália, há noivas que sequer completaram 10 anos de idade, sendo que os maridos são muito mais velhos.
Ao todo, 144 países foram estudados pelo relatório, que avalia quais são as melhores e piores nações do mundo para se viver como menina, levando em consideração três pontos: liberdade de vivência, liberdade de aprendizagem e segurança. Os tópicos são baseados em índices de casamento infantil - celebrados antes dos 18 anos -, escolaridade, gravidez na adolescência, mortes maternas e número de representantes femininas no governo nacional.
Os cinco piores colocados - Níger, Chade, República Centro-Africana, Mali e Somália - apresentam as maiores taxas de casamento infantil do ranking. Já os do topo - Suécia, Finlândia, Noruega, Holanda e Bélgica - têm índices baixíssimos. O Brasil aparece na 102ª colocação, atrás de nações como Haiti, Paquistão e Senegal, principalmente devido ao alto número de gravidezes precoces no país.
“O casamento infantil marca o início de um ciclo de desvantagens que nega às meninas a oportunidade de aprender, desenvolver-se e aproveitar sua juventude”, afirma Carolyn Miles, presidente da ONG. “Na maioria das vezes, garotas que se casam muito cedo são impedidas de frequentar a escola, e se mostram mais suscetíveis a sofrer violência doméstica, abusos e estupro. Elas ficam grávidas e precisam cuidar de crianças antes mesmo de estar física e psicologicamente preparadas”, complementa.
No Líbano, a Save the Children presta apoio a uma garota síria de 14 anos, que aos 13 se casou com um homem de 20. Agora, está grávida de dois meses.
“Eu imaginava que o dia do meu casamento seria maravilhoso, mas não foi. Foi só sofrimento, tristeza”, contou a menina, que não teve sua identidade revelada pela ONG. “Eu me sinto abençoada por, em breve, ter um bebê, mas serei uma criança criando outra criança”.
A comunidade internacional se comprometeu a acabar com o casamento infantil até o ano de 2030, mas se as taxas continuarem a crescer, o número total de mulheres casadas ainda na infância ou adolescência deve chegar aos 950 milhões em 2030 e a 1,2 bilhão em 2015.
Colaborou: Mariana Balan.
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