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Presidente dos EUA, Donald Trump, recebe o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, no Salão Oval da Casa Branca em Washington | MANDEL NGAN/AFP
Presidente dos EUA, Donald Trump, recebe o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, no Salão Oval da Casa Branca em Washington| Foto: MANDEL NGAN/AFP

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse no domingo (24) que vai adiar o aumento de 10% em tarifas de importação sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses, programado para entrar em vigor no sábado (2), a fim de dar mais tempo aos negociadores que tentam chegar a um acordo comercial com Pequim – um sinal significativo de que Trump está ansioso para resolver a disputa comercial com China que sacudiu mercados e empresas em todo o mundo.

Em um tuíte publicano no domingo à noite, Trump disse que os Estados Unidos tinham "feito progressos substanciais nas nossas negociações comerciais com a China em importantes questões estruturais, incluindo proteção de propriedade intelectual, transferência de tecnologia, agricultura, serviços, moeda, e muitas outras questões." 

Trump não definiu uma nova data para que o aumento da tarifa entre em vigor. Ele também disse que tem planos de receber o presidente chinês, Xi Jinping, em Mar-a-Lago, sua propriedade Flórida, para finalizar os termos do acordo, se as negociações continuarem a fazer progressos. Essa reunião está prevista para o final do próximo mês.

Semana de negociações

O anúncio de Trump encerrou uma semana turbulenta de conversas entre autoridades americanas e chinesas, que fizeram progresso suficiente para a delegação chinesa estender até o fim de semana sua visita, que deveria terminar na sexta-feira. 

Os EUA e China estão em negociações dede o ano ano passado, após os EUA impor tarifas sobre mais de US$ 250 bilhões em produtos chineses e ameaçar elevar as taxas em tudo o que a China vende ao mercado americano – uma medida que teria perturbado significativamente a comércio entre as duas maiores economias do mundo. 

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A guerra comercial levou a grandes oscilações do mercado ao longo do ano passado, gerou críticas das indústrias americanas que estavam preocupadas com os danos nas suas cadeias de fornecimento e tem contribuído para a desaceleração do crescimento econômico global, segundo economistas. 

Ao mesmo tempo, a postura linha-dura do Trump provocou aplausos dos críticos da China, que vêem o confronto – após anos de tratativas diplomáticas infrutíferas – como a melhor e última chance de evitar que as fraudes comerciais por parte da China a elevem ao posto de nação mais avançada do mundo, lugar hoje ocupado pelos EUA.

Os dois lados não divulgaram muitos detalhes sobre como pode ser o acordo emergente. Sobre a mesa estão as queixas americanas, de longa data, sobre as práticas comerciais chinesas, incluindo a exigência de que as companhias americanas tenham que abrir mão de seus segredos comerciais para fazer negócios na China e o roubo generalizado de tecnologias avançadas por hackers chineses. 

Trump também está exigindo que a China tome medidas imediatas para reduzir o desequilíbrio crônico no comércio entre os dois países. No ano passado, os EUA registraram recorde de déficits com a China, que provavelmente chegará a US$ 400 bilhões, uma vez que o Departamento de Comércio publique os números de 2018 no próximo mês. 

Notavelmente, o presidente na sexta-feira levantou a possibilidade de incluir nas negociações o destino de duas empresas de telecomunicações chinesas, Huawei e ZTE, as quais as autoridades americanas consideram ameaças à segurança nacional. 

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Os comentários do presidente sugerem que os EUA podem negociar acusações criminais contra a Huawei, empresa que o Departamento de Justiça acusa de roubar segredos comerciais americanos, e sua diretora financeira, Meng Wanzhou, a quem os EUA pretende extraditar do Canadá para enfrentar acusações de violação de sanções americanas ao Irã. 

Incluir o destino da Huawei e da Meng nas negociações seria extraordinário, porque misturaria uma decisão judicial com negociações comerciais. 

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