A ameaça do pastor da Flórida de queimar cópias do Alcorão se baseia na teoria segundo a qual a melhor forma de honrar os americanos que morreram nas mãos dos extremistas islâmicos nos atentados de 11 de Setembro de 2001 seria fazer algo que é ao mesmo tempo religioso e extremo.

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A queima do Alcorão foi equa­­cionada, em alguns círculos, com a fictícia construção de uma mes­­quita no marco zero do World Trade Center. A comparação tem como ba­­se a teoria de que ambas são más ideias protegidas constitucio­­nalmente. Na verdade, elas são bem distintas. O fato de os muçulmanos estarem construindo um centro comunitário em seu bairro é uma situação. Tentar insultar de­­liberadamente uma religião que é praticada por 1,5 bilhão de almas em todo o mundo é outra bem diferente.

Nesta semana, a cidade de Nova York foi visitada por outro pastor, com o deprimente título de "evangelista da internet", que anunciou planos de construir um "centro cris­­­­­­tão do 11 de setembro no marco zero" como reação às mentiras do Islã. Esse homem, proveniente de Tampa, também na Flórida, mo­­ti­­vou um grupo de 60 pessoas, mais que os 50 seguidores do do plano para queimar o Alcorão. Isso o torna mais popular que o pastor de Gainesville?

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Quando esse tipo de coisa acontece, é importante lembrar que cerca de 5% da população humana é e sempre será louca. Eu não quero dizer que essas pessoas possuam uma doença mental. De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA, 26% dos adultos norte-americanos sofrem de algum problema mental diagnosticável. Dessa forma, basicamente, isso é um fato normal da vida. Quero dizer louca no sentido de "pensar que é uma boa ideia fazer piada com a aeromoça sobre uma bomba no banheiro do avião".

Nada pode ser feito sobre os 5% de loucos a não ser pedir para a polícia ficar de olho neles durante os grandes eventos públicos, ocasião em que eles, às vezes, aparecem carregando uma metralhadora apenas para protestar contra uma emenda constitucional. E, em situações como a da queima do Alcorão, sempre é preciso deixar claro que o resto de nós discorda desta atitude.

A lista de pessoas que se opuseram publicamente à queima do Alcorão vai do Papa ao presidente Barack Obama. Os candidatos nas eleições norte-americanas deste ano, no entanto, mantêm silêncio sobre a queima do Alcorão, mas fazem campanha contra a mesquita em Manhattan. Em Nova York, os candidatos republicanos a governador parecem estar concorrendo com a promessa de que irão retirar a mesquita dali e que isto lhes garantirá o sucesso nas urnas.

Minhas memórias do 11 de setembro de 2001 ainda são intensas, e elas são principalmente a respeito das preocupações efusivas do resto do país. As pilhas de roupas e alimentos doados, desnecessariamente solicitados foi uma demonstração da boa-vontade de alguém para com a cidade. Ajudar-nos a atingir este estado de graça público é a maior tarefa possível de um político eleito nestas novas eleições.

Entretanto, ultimamente, eles desistiram disto e a luta pela sanidade pública sobrou para os cidadãos comuns.

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