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Washington – É a economia, estúpido. Um dos lemas da campanha de Bill Clinton em 1992 pode resumir a pressão que a Casa Branca vem sofrendo desde terça-feira para aproveitar o momento histórico e levantar parcial ou totalmente o embargo econômico do país a Cuba, que já dura 45 anos. Os motivos são três: petróleo, eleições do fim do ano e Raúl Castro, que substitui o presidente Fidel Castro, operado após uma hemorragia no intestino.

A começar pelo último: na percepção do Departamento de Estado norte-americano, corroborada por analistas conservadores como o ex-chanceler mexicano Jorge Castañeda, o irmão de Fidel Castro e líder-em-exercício cubano seria adepto do chamado "modelo chinês’’ de transição comunista, com abertura econômica, sem abrir mão do controle político. "Se ele se consolidar no poder, poderá ser o reformista de Cuba’’, disse Castañeda recentemente.

O fato de Raúl estar no poder "é uma oportunidade, e uma oportunidade produz possibilidades’’, define Larry Birns, diretor do Council of Foreign Affairs, baseado em Washington.

Isso explicaria em parte a demora do comunicado oficial de George W. Bush sobre a transferência temporária do poder em Cuba, que acabou vindo ontem à tarde, em linguagem bem mais contida do que a usada pelo presidente nas últimas vezes em que falou do cubano.

"Os EUA estão monitorando ativamente a situação em Cuba’’, começa o texto, assinado por Bush. "Nessa hora de incerteza, uma coisa é clara: os EUA estão totalmente comprometidos a apoiar as aspirações do povo cubano por democracia e liberdade.’’

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