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Santiago (EFE) – Michelle Bachelet, de 54 anos, personifica a história vivida pelo chileno de classe média desde o golpe militar de 1973. Como ela mesma diz, concentra "todos os pecados capitais no Chile", pois é mulher, socialista, separada e agnóstica.

Seu caminho não foi fácil. Verónica Michelle Bachelet Jeria nasceu em 29 de setembro de 1951, em Santiago. Seu pai, colaborador do governo de Salvador Allende, morreu torturado na prisão depois do golpe militar de 11 de setembro de 1973. Quando começou a sangrenta ditadura que durou 17 anos, ela cursava o quarto ano de Medicina na Universidade do Chile, tinha 22 anos e militava nas Juventudes Socialistas.

Um ano depois da morte de seu pai, Bachelet foi detida pela Polícia secreta junto com sua mãe e transferida para "Villa Grimaldi", o pior centro de reclusão da ditadura. Em seguida, ambas foram exiladas. Elas viajaram para Austrália e República Democrática Alemã, onde Bachelet seguiu sua carreira de medicina. A candidata voltou a seu país em 1979, retomando seus estudos e a atividade política.

Com a restauração da democracia, em 1990, chegou ao Ministério da Saúde, onde teve diversos cargos. Filha de general, em 2002 tornou-se ministra da Defesa de Ricardo Lagos, cargo que deixou antes de se candidatar. Ela é considerada a candidata mais esquerdista do grupo que governa o Chile há 16 anos.

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