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Árvores de Natal em uma fazenda em Accord, no estado de Nova York. Grandes cultivadores dos Estados Unidos colocam no mercado americano 1 milhão de árvores por ano | Randy Harris/The New York Times
Árvores de Natal em uma fazenda em Accord, no estado de Nova York. Grandes cultivadores dos Estados Unidos colocam no mercado americano 1 milhão de árvores por ano| Foto: Randy Harris/The New York Times

Origens

No livro A Invenção da Árvore de Natal, inédito no Brasil, o escritor alemão Bernd Brunner traça as raízes da árvore até os século 12.

Teatro

Foi no século que uma peça teatral, apresentada para um público analfabeto, recontou a história original da expulsão de Adão e Eva do Éden. Nela, havia a árvore verde do paraíso, um acessório de palco decorado com maçãs e hóstias.

Relatos

Por volta dos séculos 15 e 16, as árvores de Natal começaram a aparecer nos relatos das guildas comerciais da Europa. Mas não foi algo que pegou rapidamente.

Sala

Só um aristocrata do século 18, sugeriu Brunner, poderia se dar ao luxo de ceder uma sala inteira para a exposição frívola de uma árvore. Já a recepção da árvore nos territórios puritanos dos EUA foi fria.

Jornal

Por volta de 1883, um repórter anônimo descreveu a árvore de Natal como sendo uma moda passageira.

  • Chastagner é referência nos estudos sobre árvores natalinas
  • Laboratório em que plantas são testadas em resistência à queda de folhas

Um pinheiro de 2 metros de altura comporta cerca de 350 mil folhas, mais ou menos. E, se Gary Chastagner conseguir o que quer neste fim de ano, muitos deles irão acabar decorando salas nos Estados Unidos. Como patologista vegetal da Universidade Estadual de Washington, Chastagner, 64 anos, lidera um dos seis laboratórios de pesquisa sobre árvores de Natal do país.

Ele poderia usar a autoridade de seu cargo para pôr fim a um debate antigo sobre o posicionamento certo da decoração, mas, em vez disso, nos últimos meses, Chastagner passou seu tempo num projeto de mapeamento de RNA envolvendo US$ 1,3 milhão e vários estados. Chastagner e seus colegas esperam descobrir os genes associados com perda de folhas.

O grande enigma para os produtores de árvores de Natal é como cultivar uma árvore que dure do dia de Ação de Graças [que ocorre na 4.ª quinta-feira do mês de novembro] até o ano-novo. E é aí que entra a última pesquisa de Chastagner. "Esse é provavelmente o projeto sobre árvores de Natal com o maior financiamento da história dos EUA", disse, sentado em seu escritório cheio. "As pessoas poderiam perguntar: ‘Para que gastar dinheiro nisso?’. A questão é que a indústria das árvores do Natal movimenta US$ 1 bilhão [por ano]".

O grupo de comércio de árvores estima que cerca de 15 mil fazendas e plantações venderão mais de 20 milhões de árvores neste ano.

Durante 32 anos, Chastagner vem conduzindo boa parte da pesquisa na área de cultivo de árvores de Natal. Ele examinou duas doenças terríveis que afetam coníferas, a podridão da raiz e lesões das folhas, e analisou com cuidado o formato e o volume ideais para o porte do pinheiro de Natal.

Selvagens

Até a década de 1970, a árvore de Natal foi entrando nos domicílios dos EUA de maneira aleatória. A cultura das "árvores selvagens" era a norma. Madeireiros empreendedores se embrenhavam nas florestas para levar ao mercado o que quer que encontrassem. Mas as florestas recém-cortadas não cresciam de volta da mesma maneira.

Hoje, os produtores de árvores de Natal escolhem as sementes de um especialista, que as envia diretamente para uma empresa de florestamento. Nela, as coníferas germinam em plantinhas de poucos centímetros chamadas de "plugues". O ciclo todo, da semente à árvore de Natal, pode levar de 8 a 12 anos.

Verde

A Associação Americana de Árvores de Natal gosta de anunciar os benefícios ambientais de se comprar árvores "reais", de carbono, em vez de cópias de PVC. Mas seja como for, a plantação de árvores de Natal é decididamente tudo menos uma plantação orgânica. Uma árvore de Natal custa, em média, US$ 43, ou cerca de R$ 90 reais.

Tradução de Adriano Scandolara.

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