O presidente dos EUA, Joe Biden, faz seu discurso de posse em 20 de janeiro de 2021, no Capitólio dos EUA em Washington, DC.| Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP
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Joe Biden tem certeza de uma coisa sobre a mudança climática – que qualquer evolução significativa da política dos EUA sobre o assunto pode vir apenas de uma "resposta nacional unificada". Não há nada disso em gestação, e Biden não mostra inclinação ou aptidão para forjar um novo consenso sobre o clima.

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Em vez disso, ele está se inclinando para seu modo favorito de política, o bem-estar corporativo, ao prometer que o governo federal comprará uma grande e nova frota de veículos com emissões zero que, diz ele – baseado em quase nada –, criará 1 milhão de novos empregos.

Ele está emitindo ordens executivas nesse sentido, que na prática não significam muita coisa – o presidente não tem dinheiro para gastar além daquele que o Congresso destina, e o Congresso não destinou fundos para compras de happy hour na Tesla ou na General Motors, aquela ala secundária do governo federal.

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“Os democratas deveriam agir como se tivessem vencido a eleição”, dizem os progressistas. Sim deveriam. Mas há 50 republicanos no Senado e 211 republicanos na Câmara que também venceram as eleições.

Biden não aprendeu a lição do fracasso do regime da Affordable Care Act – ACA [Lei de Cuidados Acessíveis]: que grandes mudanças na política nacional exigem uma "resposta nacional unificada" real, em vez de um discurso sobre a necessidade de uma "resposta nacional unificada" – ou, na falta disso, pelo menos um amplo consenso bipartidário. As principais mudanças de política que acontecem sem esse tipo de consenso são inerentemente instáveis.

Os democratas aconselharão Biden a tirar uma lição diferente do fiasco da ACA: que os republicanos não negociarão de boa fé e que se oporão às principais iniciativas democratas, não importa quais compromissos ou concessões sejam oferecidos. A questão é justa – os republicanos, depois de todos esses anos, ainda não apresentaram uma alternativa confiável para a ACA, que eles continuam a abominar, mesmo quando abraçam calorosamente suas características mais populares, como as obrigações com doenças preexistentes.

E os republicanos pagaram um preço por isso: Joe Biden estava acima de Donald Trump em 13 pontos em uma pesquisa que perguntava aos americanos em quem eles confiavam mais na área de saúde, e não é apenas porque Trump nunca teve a oportunidade de lançar aquele plano de saúde fantástico de que falou por cinco anos.

As pesquisas rotineiramente mostram uma vantagem democrata sobre os republicanos no sistema de saúde, ainda maior do que Biden desfrutava sobre Trump. Republicanos que não conseguiam pensar em nada para dizer além de "Hum!" durante o debate sobre saúde de 2009 cederam a questão aos democratas e não vão reconquistar a credibilidade nesse ponto com rapidez ou facilidade.

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Da mesma forma, os americanos que mais se preocupam com a mudança climática confiam esmagadoramente nos democratas sobre esse assunto em vez dos republicanos. Mas a política não é a mesma. Os americanos têm experiência direta com as deficiências do sistema de saúde dos EUA e, especialmente, com o sistema de seguro de saúde dos EUA.

A mudança climática é uma questão diferente e, para muitos americanos, manifestamente menos urgente, razão pela qual tem sido consistentemente classificada como de baixa prioridade pelos eleitores por tanto tempo. (Talvez você não ache que deva ser classificado como um problema de baixa prioridade, mas é.) Biden e os Green New Dealers entendem isso e é por isso que suas propostas para a mudança climática estão repletas de esquemas de gastos maciços em vez de serem oferecidas como restrições diretas às emissões de gases de efeito estufa, campanhas de compensação de vários trilhões de dólares em vez de encargos simples.

E esta é uma das razões pelas quais os republicanos não levam essas propostas tão a sério: uma colher de açúcar pode fazer o remédio legislativo descer, mas os democratas exigem caminhões de açúcar em vez de colheres, o suficiente para induzir uma diabete fiscal.

Biden pode colocar seu nome no acordo de Paris, mas o Senado não ratificará um tratado aceitando seus termos nem aprovará legislação para implementá-los. Biden pode exigir nove décimos do New Deal Verde enquanto afirma não ter ido muito longe, mas não vai conseguir. Os presidentes não podem aprovar leis ou alterar a Constituição ou apropriar-se de dinheiro. Uma das coisas que eles podem fazer é uma campanha para construir um consenso onde não existe consenso. Franklin Roosevelt fez isso. Ronald Reagan fez isso. Biden deveria pelo menos tentar.

Se o fizer, ele pode se surpreender com o que é de fato possível: cerca de um quarto da eletricidade dos EUA ainda é gerada por usinas movidas a carvão, e substituir esse carvão por gás natural representaria uma melhoria significativa nas emissões de gases de efeito estufa. Um terço da eletricidade mundial é gerada com carvão.

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Em 2019, as empresas americanas exportaram cerca de 4,7 trilhões de pés cúbicos de gás natural, e há muito mais de onde isso veio. Esta é uma alternativa mais prática do que, digamos, moinhos de vento – por mais atraente que seja essa tecnologia do século XII –, e é consideravelmente mais eficaz do que fazer pose de moralidade.

Claro, Biden não pode esperar que a indústria de petróleo e gás coopere com seu programa enquanto ele está em guerra, impedindo o desenvolvimento da infraestrutura necessária ao seu florescimento.

Mas se ele entendesse as mudanças climáticas como uma questão de energia, em vez de uma ocasião para despejar uma grande quantidade de dinheiro nos cofres de indústrias e empresas politicamente conectadas, ele pode encontrar um caminho para formar algum terreno comum com os republicanos.

Kevin D. Williamson é bolsista do National Review Institute, correspondente itinerante da National Review e autor de “Big White Ghetto: Dead Broke, Stone-Cold Stupid, and High on Rage in the Dank Woolly Wilds of the ‘Real America’”.

© 2021 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.
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