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Genebra – De cada quatro produtos falsificados vendidos no mercado brasileiro, três são fabricados na Ásia, principalmente na China. A avaliação é do Ministério da Justiça que admite que o Conselho Nacional contra a Pirataria poderá desenvolver nos próximos meses uma estratégia para abrir um diálogo com os países asiáticos de onde saem os produtos falsificados que entram no país.

No Itamaraty, porém, diplomatas reconhecem de que o Brasil não conta com uma política para tratar desse tema com a China. O secretário-executivo do Conselho, André Barcellos, confirma que a maioria dos bens falsificados no Brasil não foi produzido no país e conta que, em 2006, uma primeira reunião entre o governo e representantes chineses já ocorreu em Brasília para debater formas de cooperação. "Estamos revendo o mandato do Conselho para orientar a atuação em 2007 e 2008 e pode ser que tenhamos uma orientação para estabelecer um diálogo mais próximo com esses países", afirmou.

Segundo o Conselho, a Receita Federal aumentou as apreensões de produtos falsificados e, apenas entre janeiro e setembro de 2006 impediu a venda de produtos avaliados em quase US$ 300 milhões. O número, porém, é pequeno em comparação ao que US$ 30 bilhões que o governo deixa de arrecadar todos os anos em impostos por causa da pirataria, de acordo com uma pesquisa da Fundação Instituto de Administração.

A entidade estima ainda que a pirataria gera desemprego. Para cada posto de trabalho criado na economia informal, seis postos são eliminados. Para lidar com o problema, o governo quer ainda que empresas nacionais e multinacionais operando no Brasil comecem a financiar campanhas para conscientizar a população sobre os riscos de se comprar produtos falsificados, como remédios.

Além disso, a idéia é de mostrar a quem compra como seu dinheiro está sendo usado para financiar tráfico de droga e crime organizado. Em Brasília, porém, o governo admite que enquanto houver uma importante diferença de preço entre produtos falsificados e originais, o espaço para os grupos criminosos atuar está garantido, principalmente em países em desenvolvimento.

Enquanto tenta lidar com os produtos falsificados da China, o governo brasileiro também está sendo pressionado pelos Estados Unidos e Europa a atacar a pirataria. Tanto em Bruxelas como em Washington, o Brasil faz parte de "listas negras" de países onde a pirataria é grave. Barcellos conta que, enquanto o Brasil não for retirado da "lista negra" européia, o governo não tem como tratar de uma cooperação.

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