
Oposição pede à Justiça que suspenda ordem de Caracas
Os governadores e prefeitos da oposição venezuelana pediram ontem ao Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela que suspenda a ordem do presidente Hugo Chávez para que as forças armadas tomem o controle de três dos principais portos do país, que estavam sob administração dos governos regionais.
Caracas - Apesar de promessas de resistência, militares venezuelanos ocuparam ontem sem incidentes dois importantes portos do país administrados por governos estaduais da oposição, uma dia depois de o presidente Hugo Chávez ter ordenado a intervenção.
Em Puerto Cabello (212 km a oeste de Caracas), o mais movimentado do país, militares da Guarda Nacional (GN) chegaram na madrugada e passaram a vigiar a entrada e o pátio interno. Mas os trabalhos tiveram ritmo normal, segundo os meios de comunicação locais.
Já a tomada do porto de Guamacha, em Nueva Esparta (mais conhecido como Isla Margarita), foi feita com uma fragata da Marinha. Cerca de 200 homens desembarcaram e assumiram a custódia das instalações, segundo informações do canal de tevê Globovisión.
Até as 22 h (horário de Brasília), o porto de Maracaibo ainda não havia sido militarizado. Localizado no estado de Zulia (oeste), é uma das principais via de escoamento da produção petroleira do país, responsável por 94% das exportações.
Ontem, Chávez afirmou que a ação se baseia numa reforma da Lei de Centralização aprovada na última quinta pela Assembleia Nacional, de maioria governista. A mudança que na prática não entrou em vigor por não ter saído na Gazeta Oficial autoriza o Executivo nacional a intervir em portos, aeroportos e estradas em caso de "prestação de serviços deficiente ou inexistente.
O presidente acusou os governadores opositores de terem instalado "máfias dentro dos portos, facilitando o narcotráfico o país é atualmente um dos principais corredores da cocaína colombiana.
Em resposta, o governador opositor de Carabobo, Henrique Salas Feo, disse que grande parte das instalações de Puerto Cabello já são controladas por "máfias ligadas a Chávez e responsabilizou o seu antecessor, o chavista dissidente Luis Felipe Acosta Carlez, pela situação.
Em defesa de Chávez, os 18 governadores chavistas (de um total de 24) emitiram ontem um comunicado respaldando a reforma da Lei de Centralização e defendendo a intervenção nos três portos controlados por governos da oposição.
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