Os restos mortais das 150 pessoas que estavam a bordo do avião da companhia alemã Germanwings que caiu nos Alpes chegam aos poucos ao posto avançado que a França montou em Seyne-les-Alpes para que sejam identificados por meio de um longo e meticuloso processo de investigação.
“É um trabalho de relojoeiro”, afirmou um perito francês. “Tudo é feito com muita precisão, desde o recolhimento das amostras na montanha até seu tratamento e atribuição”, acrescentou.
Helicópteros que fazem a coleta dos restos mortais chegam de forma incessante à montanha onde na última terça-feira caiu o Airbus 320 que fazia a rota entre Barcelona e Düsseldorf.
Um grupo de 40 investigadores e legistas trabalha permanentemente no local das buscas. Os primeiros buscam indícios que sirvam para esclarecer os motivos da catástrofe, com especial atenção à segunda “caixa-preta”, ainda não encontrada, e que contém dados do voo. Já os legistas têm foco na localização e transporte dos restos mortais ao centro avançado de identificação.
A região do acidente está sendo tratada como “a cena de um crime”, segundo o porta-voz do Ministério do Interior francês, Pierre-Henri Brandet.
A área foi demarcada de forma a cada metro quadrado ser minuciosamente explorado. Primeiro são recuperados os corpos mais distantes do epicentro do impacto, e depois o círculo vai se fechando.
O terreno é um “marco zero”, segundo um policial que o visitou várias vezes. “Impressiona, ainda há fumaça e cheiro de querosene queimado”, relatou.
A área de trabalho prioritária é uma espécie de triângulo com o ponto de impacto no vértice inferior e cerca de 250 metros de comprimento por algo mais de 100 em seu ponto mais largo. As equipes são formadas por um policial de montanha e um socorrista. Enquanto o primeiro recolhe os restos mortais, é erguido por uma corda pelo segundo. “Um depende do outro. É quase montanhismo”, disse o investigador.
Assim foi criado um sistema de cordas e arreios que tem seu último extremo ligado a um helicóptero.
A região, montanhosa, é de difícil acesso. Além disso, o impacto da aeronave foi tão violento que algumas partes estão enterradas, tornando sua localização mais complexa.
As bolsas amarelas que contêm os restos mortais são levadas de helicóptero a um ponto intermediário da montanha, de onde, em caminhonetes, chegam ao centro de identificação construído pela polícia com material procedente de sua brigada criminal, que tem sua sede no leste de Paris.
É lá que começa a tarefa de identificação, para a qual os agentes franceses contam com apoio de colegas espanhóis e alemães.
Nenhum resto mortal é atribuído a uma vítima se não houver a certeza de que lhe pertence. “Não serve que tenha sido achado ao lado de um carteira de identidade ou de um colar, temos que ter provas científicas”, afirmou um investigador.
Só há três comprovações que são consideradas infalíveis: o DNA, as impressões digitais e as odontológicas.
As amostras coletadas passam por diferentes mesas para seu estudo pelos legistas. Nesse ponto, é essencial o contato direto com a equipe “ante-mortem” situada em Paris, onde estão centralizadas as análises de DNA, digitais e odontológicas das vítimas. EFE
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