A Tunísia foi o país ao qual mais teve atribuída a origem da Primavera Árabe. Ao contrário de outros países, chegou à transição democrática e vive era liberal. Confira os três momentos-chave:
2011- Revolução nas ruas
A autoimolação do vendedor ambulante de frutas Mohamed Bouazizi, que ateou fogo ao próprio corpo em 17/12/2010 em protesto após ser achacado por uma fiscal na cidade de Sidi Bouzid, acendeu o rastilho da Primavera Árabe. Manifestações contra o governo do presidente Zine el-Abidine Ben Ali, há 23 anos no poder, tomaram as ruas do país, intensificando-se depois da morte de Bouazizi, em 4/1/2011. A situação logo se deteriorou, e Ben Ali foi forçado a fugir do país em 14/1/2011, abrindo caminho para a troca de regime após 55 anos de ditadura.
2013 - Ameaça do extremismo
A queda de Ben Ali abriu caminho à democratização, com retorno de exilados e legalização do partido islamista Ennahda, que levou 90 das 217 cadeiras da Assembleia Constituinte eleita em outubro de 2011. Logo em seguida, o ex-dissidente Moncef Marzouki foi eleito presidente. A decisão do Ennahda de unir-se aos partidos laicos e rejeitar a sharia (lei islâmica) como base para a Constituição levou à reação dos islamistas radicais. Os assassinatos dos líderes de esquerda Chokri Belaid (foto) e Mohamed Brahmi, em 2013, levaram o país à beira da guerra civil.
2014 - Consenso democrático
A escalada da violência extremista em 2013, que incluiu ataques às forças de segurança e a instalações do governo em várias regiões, levou os grupos políticos tunisianos a buscarem uma saída para evitar que o país mergulhasse no caos, como a vizinha Líbia ou a Síria. Sob pressão das ruas, o Ennahda deixou o governo, mas obteve dos grupos seculares a garantia de um maior papel da religião na vida pública. A nova Constituição foi aprovada em janeiro de 2014, com eleições parlamentares e presidenciais livres seguindo-se até o fim do ano, completando a transição.
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