O ativista dos direitos humanos Robert Hardh diz confiar na competência do Judiciário sueco para lidar com o caso Julian Assange. Mas afirma que é importante monitorar de perto a possível influência política.
Como o caso Assange está repercutindo na Suécia?
Há muitas dúvidas no ar, até porque muitos detalhes do caso ainda são sigilosos. As pessoas estão muito interessadas em ver a separação necessária para o caso. Uma coisa é o que Assange faz junto ao WikiLeaks. Outra é uma acusação criminal. Ninguém o considera imune à lei. Se há fundamento nas acusações, ele tem de ser extraditado para a Suécia.
O senhor confia que o Judiciário sueco saberá lidar com possíveis pressões do governo norte-americano?
Confio, não por achar que o sistema é totalmente imune à política, até porque a legislação de extradição prevê possíveis intervenções do governo sueco em casos especiais. Mas porque a opinião pública estará bastante atenta ao caso, o que vai demandar extrema cautela por parte do Judiciário. Os EUA teriam de trazer argumentos muito sólidos para a mesa.
O senhor crê em conspiração contra Assange?
No caso específico das acusações sexuais, não. Mas é preciso que organizações de defesa dos direitos humanos estejam atentas para qualquer tentativa por parte das autoridades de coibir a liberdade de expressão.
O WikiLeaks representa uma importante frente para que a população mantenha vigilância sobre os políticos e exija transparência em suas ações. E isso inclui denunciar abusos.
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