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A Via Láctea é menos normal do que se pensava, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira por astrofísicos franceses, que a compararam com galáxias próximas.

Só 7% das galáxias vizinhas têm propriedades similares às do Sistema Solar, segundo informe do Observatório de Paris, cujos equipamentos foram usados para este estudo.

Como a maioria das grandes galáxias, a Via Láctea tem formato em espiral com um grande disco em rotação ao redor de um núcleo.

Mas seu raio e sua 'massa estelar' (conteúdo de estrelas) são duas vezes menores que os das galáxias clássicas, como a de Andrômeda. Seu halo também é fora do comum porque as estrelas que o formam têm poucos elementos pesados.

Para os cientistas franceses, estas singularidades se explicam pelo fato de que a Via Láctea sofreu poucas fusões com outros cúmulos nos últimos 10 bilhões de anos.

Além disso, segundo o observatório, esta 'calma' "poderia constituir uma condição especialmente favorável para o aparecimento da vida".

As colisões entre galáxias provocam poderosas liberações de energia, que são "muito nocivas para as moléculas complexas que estão na origem da matéria viva", lembraram os especialistas.

Até agora, os astrônomos consideravam a Via Láctea uma galáxia padrão, a ponto de ser usada como ponto de partida para os modelos informáticos usados para reconstruir a formação do Universo.

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