O presidente palestino, Mahmoud Abbas, anunciou o adiamento das eleições presidenciais e legislativas marcadas para 24 de janeiro, confirmando que aceitou conselhos para não realizar a votação.
Em entrevista divulgada na quinta-feira (19) pelo serviço em árabe da BBC, ele afirmou que a liderança palestina vai tomar medidas não-especificadas para evitar um vácuo constitucional quando terminar o seu mandato e o dos deputados, em 25 de janeiro.
Ele disse também que não irá disputar a reeleição, confirmando sua ameaça anterior de abandonar o cargo em um reflexo da frustração com a paralisação do processo de paz com Israel.
A Comissão Eleitoral Central disse na semana passada que aconselhou Abbas a adiar a eleição porque o grupo islâmico Hamas, que governa a Faixa de Gaza, havia alertado que não permitiria a votação na sua região.
"Agora por uma razão realista, devido a certas condições - por causa da rejeição do Hamas e da sua ameaça de impedir (a votação) pela força, naturalmente será adiada, ou o tempo das eleições virá depois," disse Abbas.
"É melhor para nós que o Hamas aceite a realização de eleições. Mas, se não acontecer, então a liderança palestina precisa tomar medidas."
Dirigentes da Organização para a Libertação da Palestina, à qual Abbas pertence, haviam dito nesta semana à Reuters que o mandato presidencial de Abbas deve ser prorrogado numa reunião em dezembro.
Abbas evitou comentar a prorrogação. "Talvez (as eleições) sejam adiadas por um ano, ou menos. Não sei. O que estou dizendo agora é que não serei candidato. É uma decisão final, mesmo que as coisas mudem."
O presidente palestino convocara as eleições para 24 de janeiro, último dia do mandato, depois de o Hamas se recusar a assinar uma proposta egípcia que previa eleições em junho.
Abbas descartou a realização de eleições apenas na Cisjordânia, área sob seu controle, o que excluiria uma votação na Faixa de Gaza e em Jerusalém Oriental (anexada por Israel).