O plano israelense de impor unilateralmente as fronteiras definitivas da Cisjordânia levarão a uma nova guerra dentro de uma década, disse o presidente palestino, Mahmoud Abbas, em entrevista a ser publicada no sábado.
Abbas disse ao jornal britânico Guardian que o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, ameaça a perspectiva de uma paz em longo prazo ao se recusar a negociar um acordo que os palestinos considerem justo.
"Os israelenses dizem: 'Ok, vamos impor uma solução unilateral', o que significa que eles vão adiar e não vão resolver o problema", afirmou Abbas na Cidade de Gaza, em entrevista a vários jornais da Europa e da América do Norte.
"Após dez anos, nossos filhos vão sentir que isso é injusto e vão voltar à luta", acrescentou.
Olmert, que venceu as eleições de 28 de março com promessas de desocupar alguns assentamentos judaicos e demarcar unilateralmente a fronteira com os palestinos, diz que Israel defende as negociações para encerrar décadas de conflito.
Mas, diante da ausência de negociações -- especialmente agora, com o Hamas no poder -- Olmert prometeu definir as fronteiras até 2010, mantendo e ampliando uma parte dos assentamentos.
Os palestinos dizem que o plano de Olmert impede a criação de um Estado palestino viável, pois transforma a Cisjordânia numa colcha de retalhos e anexa terras ocupadas por Israel em 1967.
Abbas diz que a demarcação de fronteiras na Cisjordânia só irá prolongar a luta palestina. "Querem o nosso Estado atrás de muros, sem negociações. Ninguém vai aceitar isso. A luta vai continuar."
A liderança do Hamas se irritou nesta semana com a decisão de Abbas de tomar para si o controle sobre as fronteiras palestinas e de fazer indicações importantes na área de segurança. A facção Fatah, de Abbas, foi derrotada pelo Hamas nas eleições de janeiro.
Abbas e o primeiro-ministro Ismail Haniyeh se reuniram na noite de sexta-feira para discutir a polêmica sobre os poderes do governo.
Líderes do Hamas e da Fatah disseram que não houve acordo e que uma comissão foi formada para buscar uma solução.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião