Ramallah (AFP) – O presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmud Abbas, e o grupo Hamas, que venceu as eleições palestinas da semana passada, pediram ontem a manutenção da ajuda internacional questionada após a vitória eleitoral do grupo, que sempre pregou a "destruição da Israel". Abbas lançou seu apelo após reuniões com a chanceler alemã, Angela Merkel, a primeira alta dirigente européia a viajar a Ramallah depois do triunfo do Hamas em detrimento do Fatah, o partido no poder da Autoridade Palestina. "Nossas discussões foram sobre a necessidade de manter essa ajuda para que nosso povo permaneça de pé", declarou Abbas durante uma entrevista coletiva com Merkel em Ramallah, na Cisjordânia. "Reafirmamos nosso compromisso em alcançar a paz voltando à mesa de negociações", acrescentou.

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O quarteto, formado por Estados Unidos, União Européia (UE), Rússia e Organização das Nações Unidas (ONU), se reuniu ontem, em Londres, para examinar as conseqüências da vitória do Hamas. Algumas horas antes da reunião, o líder do grupo radical, Ismail Haniyeh, havia pedido ao quarteto que mantenha sua ajuda financeira e que converse "sem condições" com o Hamas. "Lançamos um apelo a um diálogo sem condições prévias e dentro de um espírito de neutralidade", declarou Haniyeh. "Pedimos que vocês continuem com a assistência moral e financeira e enviem todas as ajudas ao Tesouro palestino, para que elas sejam utilizadas segundo as prioridades do povo palestino", acrescentou.

De acordo com uma pesquisa publicada ontem, 84% dos palestinos são favoráveis a um acordo de paz com Israel, contra 16% que rejeitam tal acordo. Além disso, 86% dos palestinos defendem a permanência de Mahmud Abbas no cargo, contra 14% que querem sua saída, entre eles muitos dos seguidores de seu próprio partido, o Fatah, que nos últimos dias fez protestos pedindo a renúncia de Abbas. O presidente da AP, no entanto, anunciou ontem que permanecerá na presidência da Autoridade Palestina até o fim de seu mandato, em 2009. "Nada impede que eu complete os três anos que me restam no comando desta Autoridade, e pretendo continuar a aplicar minha política durante esse período", afirmou.

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