O presidente palestino Mahmoud Abbas empossou nesta segunda-feira um novo governo de unidade, o que representa um importante passo na direção de encerrar a divisão territorial e política com o grupo rival Hamas, embora a medida também indique novos atritos com Israel.
A rápida cerimônia realizada no quartel-general de Abbas na Cisjordânia foi precedida por uma disputa de último minuto sobre a composição do gabinete de tecnocratas, composto por 17 membros o que indica a continuidade das tensões entre os rivais.
O grupo militante islâmico Hamas, que tomou em 2007 a Faixa de Gaza do Fatah, grupo do qual Abbas faz parte, havia exigido a reversão da decisão de extinguir o cargo de ministro para Assuntos dos Prisioneiros. Autoridades do Hamas anunciaram, minutos antes do início da cerimônia de posse, que a disputa havia sido resolvida, embora a natureza do acordo não esteja clara.
A formação de um governo de unidade é o passo mais significativo na direção do fim da divisão política que enfraqueceu a questão palestina para a formação de um Estado palestino na Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental, territórios ocupados por Israel em 1967.
Após a tomada de Gaza em 2007, o Hamas estabeleceu seu próprio governo na região, o que deixou Abbas apenas com as área autônomas da Cisjordânia.
"Hoje, nós declaramos o fim da cisão e a retomada da unidade da pátria e das instituições", disse Abbas em discurso gravado levado ao ar pela televisão palestina após a cerimônia de posse. "Esta página negra da nossa história foi fechada para sempre e nunca deve voltar", acrescentou Abbas.
O Hamas expressou sentimentos semelhantes. "Podemos dizer que a cisão ficou para trás agora", afirmou Sami Abu Zuhri, porta-voz do Hamas em Gaza, acrescentando que os palestinos "têm grandes desafios à frente para eliminar os vestígios da cisão".
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse que seu governo vai ignorar o gabinete palestino porque ele é apoiado pelo Hamas, considerado um grupo terrorista por Israel e pelo Ocidente. O Hamas realizou vários ataques que mataram centenas de israelenses. No domingo, Netanyahu disse que o governo palestino vai "fortalecer o terrorismo" e que "a comunidade internacional não deve aceitá-lo".
Tentando tranquilizar o Ocidente, Abbas disse várias vezes nos últimos dias e reiterou nesta segunda-feira que o novo governo vai seguir seu programa pragmático. Abbas precisa de ajuda externa para manter o governo financeiramente.
Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) disseram que qualquer governo palestino deve reconhecer Israel, renunciar à violência e aceitar acordos anteriores, condições aceitas por Abbas mas rejeitadas pelo Hamas.
Apostas em impeachment de Lula já ou vitória nas urnas em 2026 dividem direita
Nova pesquisa aponta que Bolsonaro venceria Lula nas eleições de 2026; assista ao Sem Rodeios
Tarcísio empata com Lula em eventual 2º turno à presidência em 2026; governador nega candidatura
Congresso se movimenta para mexer nas regras eleitorais, de olho em 2026