O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, ordenou neste domingo(6) a suas embaixadas e legações no mundo todo que mudem a referência à ANP em seus documentos e comunicações pela de Estado da Palestina.
A instrução de Abbas acontece depois que na última sexta-feira (4) o presidente assinou um decreto para mudar oficialmente o nome da Autoridade Palestina pelo de Estado da Palestina, segundo a agência oficial "Wafa".
Todos os selos, símbolos e cartas oficiais da ANP a partir de agora levarão o novo nome.
Ato simbólico
Trata-se do primeiro passo concreto de caráter simbólico que os palestinos adotam após o reconhecimento como Estado observador não membro por parte da Assembleia Geral da ONU em 29 de novembro.
Segundo o decreto presidencial, as representações palestinas no exterior não devem modificar, no entanto, as referências à Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que permanece como representante legal dos palestinos no cenário mundial.
Política
Desde o reconhecimento da Palestina como Estado observador com o voto favorável de 138 países da Assembleia da ONU, nove contra e 41 abstenções, Israel anunciou a construção de novos assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental e suspendeu a transferência dos impostos que arrecada em nome da ANP.
A mudança de status da Palestina nas Nações Unidas abriu a porta para o Estado comparecer ao Tribunal Penal Internacional (TPI) e reivindicar o cumprimento das convenções internacionais sobre o direito de guerra e humanitário que, entre outras questões, consideram um crime a transferência de população da potência ocupante ao território ocupado.
Os dirigentes palestinos advertiram que poderiam comparecer ao TPI se Israel mantiver sua política de construção de assentamentos, embora até o momento não tenham adotado nenhuma medida nesse sentido.
À espera do resultado das eleições israelenses do dia 22, os palestinos estão concentrados atualmente no processo de reconciliação entre Fatah e Hamas, suas duas principais organizações políticas.
Celebrações
Na sexta-feira (4), centenas de milhares de seguidores do Fatah participaram da celebração do 48º aniversário do partido na Faixa de Gaza, pela primeira vez desde que o Hamas tomou o controle da mesma, em 2007.
Em dezembro, a ANP, governada pelo Fatah, permitiu ao Hamas celebrar seu 25º aniversário na Cisjordânia, também pela primeira vez em cinco anos.
As duas celebrações foram possíveis graças à nova atmosfera surgida entre as duas facções, após a ofensiva israelense em Gaza do novembro passado, que gerou constantes atos e declarações a favor da unidade palestina, que há anos vinha sendo negociada sem sucesso.