O candidato à presidência do Afeganistão Abdullah Abdullah deverá boicotar o segundo turno da eleição, em 7 de novembro, segundo duas fontes ligadas ao candidato de oposição. De acordo com eles, a decisão teria sido tomada na última quinta-feira (29), após tentativa frustrada de solucionar a crise eleitoral que assola o país. Contudo, o porta-voz de Abdullah, Fazel Sancharaki, afirma que ainda não há uma decisão final sobre o boicote e que o candidato deve fazer o anúncio neste domingo (1º) sobre o assunto.
A legislação afegã determina que os votos para um candidato que deixe o pleito não serão contados. No entanto, não há regras para aqueles que não comuniquem a saída oficialmente, mas apenas incitem seus eleitores a boicotar a eleição, como deve ocorrer com Abdullah.
O porta-voz da comissão eleitoral afegã, Noor Mohammad Noor, disse que já não há mais tempo para que Abdullah cancele, oficialmente, sua participação no pleito e que o boicote não evitará que a eleição ocorra. "A eleição será feita e todos os procedimentos serão normais", disse.
A crise política no Afeganistão ocorre justamente no período em que o presidente Barack Obama começa a reavaliar as estratégias norte-americanas, incluindo o número de soldados que serão mantidos no país. Outubro foi o mês mais violento desde, quando as forças dos Estados Unidos perderam mais soldados desde o início das buscas ao Taleban em afegãs, em 2001. Os confrontos se intensificaram neste ano, depois que militantes deram início a uma série de ataques e mais tropas chegaram ao país na tentativa de estabilizar a crise.
Abdullah, que foi ministro das Relações Exteriores de Karzai, impôs uma série de restrições para concorrer ao pleito para evitar as expressivas fraudes detectadas nas eleições de agosto voltem a ocorrer. O candidato havia declarado que este sábado (31) seria a data limite para que suas demandas fossem atendidas Ele cancelou viagem planejada para hoje à Índia.
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