Um cientista australiano está dando cocaína para abelhas a fim de estudar como o cérebro delas reage à droga e possivelmente encontrar uma formar para pôr fim à adição química em humanos.
A pesquisa encontrou similaridades entre abelhas e humanos, pois ambos são movidos por recompensas e têm o julgamento alterado pela cocaína.
"Esta é a primeira vez que se mostrou que a cocaína foi recompensadora a um inseto", disse Andrew Barron, co-autor do artigo publicado este mês no Journal of Experimental Biology, à Reuters.
Como parte de um projeto conjunto entre a Universidade Macquarie, na Austrália, a Universidade Nacional Australiana e a Universidade de Illinois, Barron aplicou pequenas doses de cocaína na parte de trás das abelhas antes de soltá-las para que buscassem comida.
Em geral, quando as abelhas voltam da coleta de pólen, elas dançam para comunicar onde a comida foi encontrada e quão boa ela é.
As abelhas sob influência da cocaína dançaram com muito mais entusiasmo que as outras e pareciam viver os mesmos prazeres da adição que os humanos, acrescentou o artigo.
Barron disse que a cocaína mudou a avaliação das abelhas sobre o sucesso das viagens.
"Descobrimos que a abelha responde à cocaína de forma muito similar aos humanos, portanto a cocaína modifica a forma como as abelhas avaliam", disse ele.
"Também descobrimos que, quando deixamos as abelhas sem a droga, elas tinham dificuldades reais de aprendizagem, o que é a mesma coisa vista em humanos quando estão em abstinência."
Barron disse esperar identificar as vias neurais afetadas pela cocaína nas abelhas para descobrir mais sobre os mecanismos envolvidos na adição humana e para descobrir se a droga tem um efeito tão devastador sobre a sociedade das abelhas como nos humanos.
"Se pudermos fazer isso, possivelmente seremos capaz de desenvolver novos tratamentos para prevenir ou tratar a adição", disse ele.
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