Manifestação na Times Square, em Nova York, na noite de domingo; outros protestos ocorreram no estado da Califórnia| Foto: Keith Bedford/Reuters

Repercussão

Para Obama, morte de jovem foi uma tragédia, mas júri "se pronunciou"

O presidente Barack Obama disse que a morte de Trayvon Martin foi uma tragédia para o país, mas pediu que todos respeitem o veredicto da Justiça. Foi uma rara declaração do presidente, num caso que não envolve o governo federal.

"Sei que este caso suscitou sentimentos fortes", disse o presidente. "E que, após o veredicto, esses sentimentos devem estar ainda mais aflorados. Mas somos um país de leis e o júri se pronunciou." Muitas pessoas, dentre elas os pais de Martin, disseram que Zimmerman atacou o jovem por questões raciais. Zimmerman identifica-se como hispânico. A família do adolescente afirma que ele não foi o agressor e a promotoria disse que Martin estava assustado porque era seguido por um estranho. Advogados de defesa afirmaram que Martin derrubou Zimmerman no chão e estava batendo sua cabeça contra a calçada quando o guarda disparou sua arma.

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80

...manifestantes se reuniram ontem na Sunset Boulevard, em Los Angeles, na Califórnia, e o ato foi declarado ilegal. Em seguida, a polícia começou a deter os manifestantes.

29

...anos é a idade de George Zimmerman, o guarda voluntário hispânico que foi absolvido da acusação de assassinato. Ele alega ter matado o jovem negro Trayvon Martin, de 17 anos, em legítima defesa.

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Mulher grita em protesto contra a absolvição do hispânico George Zimmerman
Presidente Obama expressou tristeza com o veredicto

George Zimmerman, o guarda voluntário que matou a tiros um adolescente negro desarmado, em fevereiro de 2012, é um homem livre após o julgamento, encerrado na noite de sábado. Porém, o Departamento de Justiça informou que analisa a morte de Trayvon Martin para concluir se a promotoria federal vai abrir acusações criminais relacionadas a direitos civis contra Zimmerman.

O presidente Barack Obama e várias celebridades expressaram tristeza com o veredicto, que provocou protestos, em sua maioria pacíficos, em todo o país. Centenas de pessoas se reuniram no domingo na Times Square, em Nova York, e em Los Angeles. Algumas gritavam "Justiça para Trayvon Martin!".

A polícia de Los Angeles disse que começou a deter pessoas na manhã de ontem, depois que cerca de 80 manifestantes se reuniram na Sunset Boulevard e o ato foi declarado ilegal.

Mais de 100 policiais com vestimentas especiais ordenaram ao grupo que se dispersasse. Segundo o jornal The Los Angeles Times, as autoridades prenderam ao menos sete pessoas.

Em Oakland, na Califórnia, a polícia entrou em confronto com um grupo de pessoas num cruzamento no centro da cidade, depois que algumas delas começaram a quebrar janelas e a pintar paredes com tinta spray, informou o jornal Oakland Tribune.

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A morte de Martin atraiu atenção nacional porque, após semanas do assassinato do jovem, Zimmerman ainda não tinha sido detido. O caso ainda levanta questões sobre racismo e sobre as leis que regram o uso de armas de fogo.

Na noite de sábado, o júri concluiu que Zimmerman, de 29 anos, era inocente da acusação de assassinato em segundo grau e não o condenou por homicídio culposo. Zimmerman disse que atirou contra o jovem de 17 anos em legítima defesa em um confronto ocorrido durante a noite. Martin estava no local porque visitava familiares.

O Departamento de Justiça abriu uma investigação sobre a morte de Martin no ano passado, mas se afastou do caso para permitir que a procuradoria do Estado continuasse seu inquérito.

Em comunicado divulgado no domingo, o Departamento de Justiça disse que a sessão criminal de sua divisão de direitos civis, o FBI e o escritório local da promotoria federal continuam a avaliar as provas.

O departamento tem um longo histórico de usar leis federais de direitos civis para tentar condenar réus que tenham sido absolvidos em tribunais estaduais. Mas nunca é fácil conseguir uma condenação em casos como esse.

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A morte de Trayvon Martin atraiu atenção nacional nos EUA porque após semanas do assassinato do jovem, o acusado ainda não havia sido detido. O caso ainda levanta questões sobre racismo e leis sobre uso de armas.