O caso
O general Lino Oviedo deixou a prisão no dia 6 de setembro deste ano. Ele passou três anos detido num centro militar acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado em 1996. O presidente então era Juan Carlos Wasmosy. Sua prisão foi decretada no início de 1998, quando Oviedo era candidato a presidente nas eleições daquele ano.
Em 1999, ele recebeu o perdão do novo presidente eleito, Raúl Cubas Grau. Cubas era o vice na chapa de Oviedo antes do general ser preso. A absolvição do colega gerou uma série de acusações contra Cubas e ele acabou renunciando ao cargo e exilando-se no Brasil em março de 1999. Na mesma época, Oviedo fugiu para a Argentina e também acabou exilando-se no Brasil, em Foz do Iguaçu, na tríplice fronteira.
Depois de 18 meses detido aqui, o general teve a liberdade garantida no país. Os pedidos de extradição do governo paraguio foram negados seguidamente pela Justiça brasileira, que alegava motivação política. Neste período, Oviedo foi acusado de participar da tentativa de golpe contra o presidente interino do Paraguai, Luis Angel González Macchi, em 2000. Depois de cinco anos no Brasil, o general decidiu retornar a Assunação, onde foi preso assim que chegou.
Assunção A oposição paraguaia deveria revisar seu acordo político e modificar a coalizão de partidos que com o ex-bispo católico Fernando Lugo como candidato tentará em abril próximo acabar com 60 anos ininterruptos do Partido Colorado no poder do país.
Essa é a proposta do ex-general Lino César Oviedo, absolvido na noite da terça-feira do delito de tentar derrubar em 1996 o então presidente do Paraguai Juan Carlos Wasmosy. Oviedo deu início aos trâmites para lançar sua candidatura à presidência do Paraguai nas eleições de abril de 2008, informou a equipe de defesa do ex-comandante do Exército. Seis dos nove integrantes da Suprema Corte de Justiça votaram pela absolvição de Oviedo.
"Aceitamos o pedido de Oviedo para a condenação de dez anos ser revista porque acreditamos que nenhum cidadão pode ser julgado duas vezes pela mesma acusação. Nesse caso, Oviedo foi processado pela justiça militar e pela justiça civil," explicou nesta quarta-feira a presidente da Corte, Alicia Pucheta. Segundo ela, a revisão do caso começou em dezembro passado e terminou na noite da terça-feira.
Oviedo, líder do Partido Unión Nacional de Ciudadanos Éticos (Punace), fundado em 2001 na cidade brasileira de Foz do Iguaçu, quando o ex-general estava exilado no país vizinho, recomendou ontem que a oposição revise o seu acordo, "para enfrentarmos unidos o oficialismo."
"Em 5 de fevereiro deste ano, uns dez partidos assinaram um pacto para eleger o candidato a presidente, primeiro por voto direto dos partidários, depois por uma votação popular," lembrou. Não obstante, Oviedo agregou que em junho deste ano um grupo de partidos rompeu o pacto, nomeando Lugo como candidato, através de um acordo de cúpula.
"Sugiro que nos submetamos a uma consulta popular, em meados de janeiro, para determinar quem tem maior aceitação do povo," assinalou Oviedo.
Rapidamente, o senador Carlos Mateo Balmelli, pré-candidato a vice-presidente para acompanhar Lugo na coalizão Aliança Patriótica para a Mudança, rechaçou a proposta: "Qualquer mudança já é impossível a essa altura dos acontecimentos."
"Lugo está firme como candidato à chefia do governo," acrescentou. Balmelli sugeriu a Oviedo que se junte ao projeto de Lugo, "que tem total apoio popular."
Numa breve entrevista coletiva após a decisão da Justiça, Oviedo declarou que não sente ódio nem rancor por ninguém e afirmou que "a justiça chega, às vezes um pouco tarde, mas acaba chegando".
Em 5 de setembro, Oviedo ganhou direito a viver em regime de liberdade condicional depois de ter cumprido mais da metade da sentença à qual fora condenado.
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