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Poloneses se preparam para irem hoje às urnas decidir entre os candidatos à presidência: o governista  Bronislaw Komorowski e Jaroslaw Kaczynski, líder da oposição | Janek Skarzynski / AFP
Poloneses se preparam para irem hoje às urnas decidir entre os candidatos à presidência: o governista Bronislaw Komorowski e Jaroslaw Kaczynski, líder da oposição| Foto: Janek Skarzynski / AFP

Aliança - Lech Walesa reafirma apoio a governista no fim da campanha

Varsóvia (Agência France Press)- O carismático ex-presidente polonês e líder histórico do sindicato Solidariedade, Lech Walesa, anunciou seu apoio ao candidato liberal Bronislaw Komorowski, num discurso pontuado de humor, nesta sexta-feira, a algumas horas do final da campanha presidencial. "Se alguém me tivesse dito, e a toda a minha geração, na época, que viveríamos tempos nos quais os políticos se empenhariam, como agora, para conseguir votos, não teria acreditado", lançou ele, com um ar zombeteiro, dirigindo um olhar ao candidato, numa alusão à época comunista de candidatos únicos.

O comício eleitoral transmitido ao vivo a partir de Inowroclaw, cidade de 76 mil habitantes situada a 220 quilômetros a noroeste de Varsóvia. O candidato do partido liberal no poder, Plataforma Cívica, enfrenta hoje o do Partido Conservador Direito e Justiça, Jaroslaw Kaczynski, irmão gêmeo do presidente Lech Kaczynski, falecido em abril num acidente de avião. "Komorowski é o melhor, é inteligente, pelo que o apoiamos", declarou Walesa. "Nossa infância e nós mesmos pagaremos pelas más escolhas. Um entendimento é tão necessário quanto o ar que respiramos", acrescentou.

  • Veja os dois candidatos que disputam a presidência

Varsóvia - O liberal Bronislaw Komorowski enfrenta neste domingo, no segundo turno da eleição presidencial polonesa o conservador e anti-União Europeia Jaroslaw Kaczynski – irmão gêmeo do presidente morto em um acidente de avião. O duelo promete ser decidido pelos abstencionistas e os eleitores de esquerda.

A eleição se realiza depois da tragédia em que morreu o presidente Lech Kaczynski, em 10 de abril, na Rússia. No primeiro turno, Komorowski, obteve 41,54% dos votos, contra 36,46% dados a Kaczynski. Segundo as últimas pesquisas de intenção de voto, continua à frente com 52,1%, contra 41,6%.

Uma vitória de Komorowski, candidato do partido liberal Plataforma Cívica (PO), do primeiro-ministro Donald Tusk, seria respaldada principalmente pelos beneficiados pelas reformas econômicas realizadas na Polônia depois da queda do comunismo. Já em caso de vitória de Kaczynski, ex-primeiro-ministro, líder da oposição conservadora do partido Direito e Justiça (PiS), permitiria que os conservadores sonhassem com uma volta à primeira fila da da arena política. "Os eleitores de Komorowski querem ter nas mãos o próprio destino, enquanto os de Kaczynski esperam ainda mais do Estado", acredita Stanislaw Mocek, da Academia Polonesa de Ciências.

Na prática, embora Komo­rowski – o presidente interino – continue o favorito, os analistas destacam que a abstenção joga a favor do adversários, cujos eleitores são mais disciplinados. Kaczynski, conhecido por ser polêmico, está consciente disso. "Ele quer se mostrar como alguém conciliador, evitar os conflitos a qualquer preço", afirma Eryk Mistewicz, especialista en marketing político.

O pleito acontece durante o verão, e os moradores das grandes cidades, muitos deles eleitores potenciais de Komorowski, estão de férias. O candidato pediu que os eleitores procurassem votar fora do domicílio eleitoral.

Esquerda

O voto dos eleitores de esquerda é a segunda grande incógnita desta eleição. O jovem líder social-democrata Grzegorz Napieralski, terceiro no primeiro turno com 13,68% dos votos, não deu instruções claras aos próprios eleitores, que ocuparão a função de árbitro da disputa.

Komorowski e Kaczynski tentaram herdar os eleitores de Napieralski. O candidato liberal se declarou favorável a um sistema de paridade entre homens e mulheres nas chapas eleitorais, e no financiamento pelo Estado da fecundação in vitro. Segundo as pesquisas de boca de urna, dois terços dos eleitores de esquerda teriam a intenção de votar em Komorowski.

Kaczynski tentou seduzir os eleitores de esquerda com a promessa de implementar políticas de um Estado de bem-estar. Não hesitou em se declarar "um pouco" de esquerda, provocando a ira da extrema direita, dos católicos e nacionalistas.

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