Pelo menos 160 pessoas foram detidas e uma foi morta a tiros durante o toque de recolher imposto pelo governo chileno após o terremoto ocorrido sábado, afirmou o vice-ministro do Interior, Patricio Rosende. As autoridades tentam controlar a situação, evitando saques. "Tiros foram disparados. As forças policiais tomaram controle da área. Nós temos uma pessoa morta, mas não houve saques de prédios comerciais ou residenciais (nessa madrugada)", disse.
O vice-ministro não informou quem disparou contra a vítima nem o local onde estão os 160 detidos por violar o toque de recolher. A mídia chilena informou que, segundo investigações iniciais da polícia, a vítima foi morta durante um confronto entre saqueadores. Não há informações sobre a identidade dela.
Na noite de ontem, tropas chilenas foram enviadas pela polícia para patrulhar as ruas de Concepción, segunda maior cidade do país - tem 500 mil habitantes e está localizada a 400 quilômetros ao sul de Santiago. Concepción foi devastada pelo terremoto de magnitude 8,8 na escala Richter, ocorrido na madrugada de sábado.
Autoridades militares locais ordenaram um toque de recolher das 21 às 6 horas de hoje. A intenção era impedir que os saqueadores se aproveitassem da escuridão causada pela falta de energia na cidade. Foi o primeiro toque de recolher imposto no Chile desde o fim da ditadura do general Augusto Pinochet, no fim dos anos 1990.
Por toda a cidade, muitas pessoas dormiam ao relento, em jardins e nas ruas, temendo mais desabamentos. Muitos fizeram fogueiras para se aquecer. Rosende disse que o toque de recolher, anunciado pela cidade por meio de alto-falantes, foi em grande parte respeitado pelos moradores. Hoje, o número de mortos pelo terremoto subiu para 711.
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