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Oriente médio

Ação de Israel em Gaza mata pelo menos nove

Atualizado em 01/11/2006 às 20h15

Oito milicianos palestinos morreram e cerca de 50 ficaram feridos, nesta quarta-feira, em uma nova operação do Exército israelense no norte da Faixa de Gaza, na qual também perdeu a vida um soldado do Estado judeu, segundo fontes de segurança palestinas e das forças armadas de Israel.

As mortes ocorreram na localidade de Beit Hanun, de aproximadamente 20 mil habitantes e localizada no norte da Faixa de Gaza, em uma incursão realizada de madrugada por forças terrestres do Exército israelense. Segundo fontes palestinas de segurança, mais de 20 veículos blindados, apoiados por helicópteros e aviões não-tripulados, entraram na localidade por duas direções, e chegaram ao centro.

Além disso, escavadeiras militares destruíram campos de cultivo nas imediações da cidade, uma região freqüentemente utilizada por milicianos palestinos para disparar foguetes contra o território do Estado judeu, segundo dados dos serviços de inteligência do Exército israelense.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, classificou a operação de "ignóbil", enquanto o primeiro-ministro e líder do Hamas, Ismail Haniyeh, afirmou que o "massacre" é conseqüência da entrada do ultranacionalista Avigdor Lieberman no Governo israelense. Abbas descreveu a operação militar como um "círculo de agressões perigosas e ignóbeis de Israel, que age de forma sistemática e sem nenhum motivo".

Haniyeh, que realizou nesta quarta-feira uma reunião ministerial na Cidade de Gaza para analisar a situação, expressou sua esperança de que a escalada da violência "não afete as negociações sobre a questão da troca de presos palestinos pelo soldado israelense Gilad Shalit", seqüestrado desde junho.

O braço armado do movimento nacionalista palestino Fatah pediu ao Governo e ao presidente Abbas que declarem estado de emergência e mobilizem um grande número de forças para fazer frente à operação israelense na Faixa de Gaza.

Paralelamente, o Exército israelense informou que suas forças dispararam em Beit Hanun contra cerca de trinta milicianos. Segundo fontes militares israelenses, os palestinos utilizaram mísseis antitanque e enterraram explosivos para impedir o avanço das tropas na localidade.

A comandante Avital Leivovitz, porta-voz do Exército para a imprensa estrangeira, disse que a operação em Beit Hanun tem como principal missão "desarmar e neutralizar os lançamentos de foguetes Qassam contra solo israelense". Explicou ainda que, no ano passado, as milícias palestinas na Faixa de Gaza dispararam 800 foguetes deste tipo, dos quais 300 procediam da região de Beit Hanun.

A porta-voz militar afirmou que as forças de infantaria que operam nesse ponto do norte da região autônoma palestina fazem buscas casa por casa e, em uma delas, localizaram um depósito de explosivos, armamento e aparelhos de visão.

Leivovitz disse ainda que o Exército acredita que, no transcurso da operação, será localizado um grande volume de munição em poder das milícias, introduzida na Faixa de Gaza principalmente por meio de túneis subterrâneos que ligam o sul do território ao Egito.

A ofensiva militar de hoje coincidiu com a aprovação, por parte do Governo israelense, de uma ampliação das operações militares na Faixa de Gaza. O ultradireitista Avigdor Lieberman, novo ministro israelense para as de Ameaças Estratégicas, propôs durante reunião do Governo realizada hoje em Jerusalém que Israel adote na Faixa de Gaza o padrão da intervenção russa na Chechênia.

O ministro Eli Yishai disse que o Exército deve assumir o controle da região de fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito, e permanecer nela com um elevado número de tropas para impedir a entrada de armas.

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