Os furacões se formam na água quente, e um estudo divulgado na segunda-feira mostra uma ligação entre o aquecimento dos oceanos e o uso de combustíveis fósseis, contestando os céticos que atribuem o fenômeno apenas a ciclos climáticos naturais.

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- Nosso documento sugere que é a queima induzida por humanos de combustíveis fósseis que alterou os níveis dos gases do efeito estufa na atmosfera, o que levou a este aquecimento nas regiões onde se formam os furacões do Atlântico e do Pacífico - disse o cientista Benjamin Santer, co-autor de um artigo publicado nesta semana pela revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências dos EUA.

Ele e seus colegas se debruçaram sobre essas zonas de furacões e usaram modelos computadorizados para entender como seria o mundo se a Revolução Industrial não tivesse acontecido.

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Dessa forma, puderam comparar a Terra tal qual é agora àquilo que todos os modelos - 22 ao todo - indicam que seria se os humanos nunca tivessem queimado combustíveis fósseis, disse Santer por telefone.

A influência humana sobre o aquecimento global provoca acirrados debates entre cientistas, mas em geral há consenso de que a temperatura elevada da superfície marinha contribui com a intensidade dos furacões.

O grupo de Santer concluiu que só uma combinação de fatores humanos e naturais poderia explicar o aumento aproximado de 0,5 graus centígrados na superfície dos oceanos registrado no último século. Os cientistas estimam em 84% a probabilidade de que pelo menos dois terços do aquecimento marinho se deva a fatores humanos.

O projeto começou logo depois do furacão Katrina, há um ano, segundo Santer, que trabalha no Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia. Santer questionou declarações feitas em 2005 pelo governo dos EUA, segundo as quais o aumento mundial das temperaturas se devia inteiramente a variações naturais.