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Mais de 100 pessoas morreram na região norte da Índia após o descarrilamento de um trem na madrugada deste domingo (20), no acidente ferroviário mais grave no país desde 2010.

Os 14 vagões do trem expresso Patna-Indore saíram da linha férrea perto da cidade de Kanpur, no estado de Uttar Pradesh, às 3h (19h30 de Brasília, sábado, 19), quando muitos passageiros estavam dormindo. “O balanço supera os 100 mortos”, declarou Daljit Singh Chawdhary, chefe de polícia de Uttar Pradesh. Outras 150 pessoas ficaram feridas na tragédia.

Este é o acidente com o maior número de mortes no país desde a colisão de um trem de passageiros com uma composição de cargas em Bengala Ocidental (leste da Índia) em 2010, uma tragédia que deixou 146 mortos e mais de 200 feridos. A Índia tem uma gigantesca rede ferroviária, que é antiga e considerada insegura.

As operações de resgate prosseguem para tentar encontrar sobreviventes ou corpos entre as ferragens, informou o policial. Canais de televisão exibiram imagens de uma composição inclinada, com alguns vagões praticamente esmagados. As equipes de emergência tentavam abrir, com maçaricos, espaço nos vagões de metal.

Todos os hospitais da região foram mobilizados e 30 ambulâncias foram acionadas para transportar os feridos. Em Indora, cidade do centro do país de onde partiu o trem, dezenas de parentes dos passageiros aguardavam com ansiedade notícias de seus familiares. O primeiro-ministro indiano, o nacionalista hindu Narendra Modi, expressou “grande tristeza” com a tragédia.

O governo anunciou uma investigação do acidente e prometeu adotar medidas firmes contra os responsáveis, de acordo com uma mensagem publicada no Twitter pelo ministro do Transporte Ferroviário, Suresh Prabhu. A justiça abriu uma investigação para determinar as circunstâncias do acidente.

O Estado vai indenizar as vítimas, indicou uma fonte oficial.

Morte iminente’

Testemunhas afirmaram que ouviram um grande barulho pouco antes de serem projetadas contra as paredes do trem. “Acordamos com um grande barulho. Era de madrugada e os gritos eram ensurdecedores”, afirmou um passageiro à imprensa. “Tenho sorte de ter saído com vida e ileso. Mas foi uma experiência de morte iminente para nós”, disse.

Nitika Trivedi, uma estudante que embarcou no trem com sua família em Patna (leste), ficou traumatizada com a visão dos corpos dos passageiros. “Nunca havia visto algo assim. Estou chocada até o mais profundo de meu ser”, declarou.

As autoridades trabalhavam para liberar o tráfego ferroviário na região. “Tentamos liberar as vias e fazer os reparos o mais rápido possível”, afirmou à AFP Vijay Kumar, porta-voz do serviço ferroviário.

A rede ferroviária indiana, uma das maiores do mundo, tem grandes falhas de segurança mas continua sendo o principal meio de transporte do país, já que permite percorrer grandes distâncias em seu território, apesar da concorrência das companhias aéreas.

O acidente de trem mais grave na Índia aconteceu em 1981, quando um trem caiu em um rio e matou 800 pessoas. Em 2014, também em Uttar Pradesh, 26 pessoas morreram quando um trem de passageiros bateu em um trem de carga. No ano passado, 27 passageiros faleceram quando dois trens descarrilaram em Madhya Pradesh (centro do país).

O governo de Modi prometeu investir 137 bilhões de dólares em cinco anos para modernizar e tornar mais segura a rede ferroviária.

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