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Nepal

Acidente leva os guias à greve no monte Everest

Retrato de Dorjee Khatri, morto na avalanche de sexta-feira, é visto no funeral dos sherpas em Katmandu, no Nepal | Navesh Chitrakar/Reuters
Retrato de Dorjee Khatri, morto na avalanche de sexta-feira, é visto no funeral dos sherpas em Katmandu, no Nepal (Foto: Navesh Chitrakar/Reuters)

Os guias nepaleses de etnia sherpa anunciaram ontem a decisão de abandonar o acampamento base do monte Everest e iniciar uma greve devido à avalanche que matou 16 pessoas na última sexta-feira.

"Nós tivemos uma longa reunião esta tarde e decidimos não escalar mais este ano em homenagem aos nossos irmãos. A decisão dos sherpas é unânime", disse Tulsi Gurung. Outro sherpa e um alpinista americano presente no acampamento base confirmaram a informação, quatro dias depois da tragédia que matou mais de uma dezena de sherpas.

"Alguns guias já foram embora e outros ficarão aqui durante aproximadamente uma semana, o tempo de empacotar tudo e partir", disse Gurung, que perdeu um irmão na tragédia.

Dos 16 sherpas que morreram na sexta-feira, os corpos de três permanecem soterrados pela neve. A avalanche da semana passada foi a tragédia com o maior número de mortes na história da montanha mais alta do mundo.

A decisão parece antecipar o fim das negociações entre os sherpas e o governo do Nepal.

"Estamos em um momento de grande confusão, por isso, nada foi definido sobre a temporada", comentou Zim­­ba Zangbu, presidente da Associação de Alpinistas Nepaleses. "A tragédia foi enor­­me e é compreensível que muitos sherpas não queiram mais escalar."

O governo do Nepal anunciou ontem um pacote de medidas para tentar melhorar as condições dos guias envolvidos em expedições no Everest, entre elas o aumento da cobertura de seguro de vida e de saúde, indenizações em casos de acidente e a criação de um Fundo de Solidariedade.

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