O preço das ações da gigante de energia britânica British Petroleum despencou para seu nível mais baixo em 14 anos na bolsa norte-americana nesta quarta-feira, após o governo do Estados Unidos ameaçar novas punições pela responsabilidade da companhia no pior vazamento de petróleo da história dos EUA.
Recibos de ações da BP em Nova York registraram queda de quase 16 por cento, terminando o dia valendo 29,20 dólares, nível mais baixo desde agosto de 1996, devido às crescentes preocupações sobre os gastos que a petrolífera terá que assumir.
O secretário de Interior dos EUA, Ken Salazar, disse em audiência no Senado que irá pedir à empresa britânica que pague os salários de quaisquer funcionários demitidos por causa da suspensão de seis meses imposta pelo governo dos EUA para exploração de petróleo em águas profundas.
A conta total da BP até agora, incluindo os custos da limpeza da mancha de petróleo, já chegou a 1,25 bilhão de dólares e o governo norte-americano afirmou que a empresa ainda terá que pagar outros bilhões em multas.
A Casa Branca reiterou a declaração de Salazar.
"A suspensão é resultado do acidente causado pela BP. É um prejuízo econômico para esses trabalhadores e são essas as reparações que a BP dever pagar", disse o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, em entrevista coletiva.
Em Londres, as ações da BP fecharam o dia com queda de 4,2 por cento por temores de que a empresa possa ser forçada a suspender o pagamento de dividendos. Alguns políticos norte-americanos demandam a interrupção da distribuição de lucro aos acionistas, afirmando que a companhia deveria investir o dinheiro em reparações legais e nos danos ambientais no Golfo do México.
Representantes da BP já afirmaram que a empresa têm dinheiro o suficiente em caixa para lidar com a crise, mas o mercado não está tão confiante. Com a queda repentina no preço da ação nesta quarta-feira em Nova York, a BP perdeu mais da metade de seu valor de mercado desde que a crise teve início.
O petróleo começou a derramar de um poço da BP no Golfo do México depois de uma explosão em 20 de abril em uma plataforma de perfuração que deixou 11 mortos. Desde então, a empresa vem tentando de diversas formas conter o vazamento do óleo.