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As ações do Grupo Clarín, maior conglomerado midiático da Argentina, despencaram nesta terça-feira (20) após a intervenção judicial na Cablevisión, subsidiária do grupo que é líder no mercado local de TV a cabo e Internet. A sede da empresa foi ocupada por policiais cumprindo mandado judicial solicitado por uma concorrente que acusa a Cablevisión de concorrência desleal. O Clarín acusou o juiz responsável pela ordem, da província de Mendoza, de ter "se dobrado ao governismo". O Clarín vive em guerra com o governo da presidente Cristina Kirchner, que acusa a empresa de cometer crimes na compra da companhia Papel Prensa, que produz papel para a imprensa. Às 14h50 (hora de Brasília), as ações do Grupo Clarín operavam em queda de 10 por cento, cotadas a 9 pesos. Hernán Labrone, analista da Fénix Compañía Financiera, disse que a ação judicial na Cablevisión "impacta o Grupo Clarín, um papel que com o tempo se tornou não-líquido por causa das pressões existentes entre a empresa e o governo". O juiz decidiu pela intervenção com coadministração, o que significa que a atual diretoria não será destituída. Daniel Casino, diretor jurídico da empresa, disse que a decisão judicial "propõe que é preciso dividir a empresa Cablevisión". Ele acrescentou que a Cablevisión vai recorrer. "Isso está no quadro de uma luta política. Esse grupo se dobrou ao governismo", disse Casino ao canal TN, de propriedade do Grupo Clarín. A queixa contra a Cablevisión foi feita pela operadora Supercanal. No ano passado, o governo proibiu a Cablevisión de vender serviços de Internet por causa de supostas irregularidades, mas um tribunal posteriormente suspendeu a medida. O Grupo Clarín detém o diário de maior circulação na Argentina e o principal canal de notícias do país, mas os negócios de Internet e TV a cabo representam a maior parte do seu faturamento.

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