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Afeganistão

Ações dos EUA matam mais de 280

Cabul – Bombardeios de aviões dos EUA no sul do Afeganistão deixaram pelo menos 97 mortos ontem, dos quais 17 são civis, segundo autoridades locais. Os outros 80 são supostos militantes do Taleban. A ação, iniciada na noite de ontem na vila de Azizi, visava alvos do Taleban e atingiu uma escola religiosa e casas. Foi um dos piores ataques desde a invasão do país pelos EUA, em 2001. Com os ataques de ontem, o número de mortos desde a última quarta-feira, entre militantes, soldados afegãos e estrangeiros e civis, chegou a 285.

Um comunicado das forças estrangeiras no Afeganistão relatou a morte de 20 membros do Taleban e afirmou que ainda havia mais 60 mortes a confirmar. Autoridades afegãs anunciaram as mortes de 17 civis. Feridos, incluindo mulheres e crianças, foram levados para um hospital em Kandahar. A mãe de um bebê de oito meses ferido na ação afirmou ter visto mortos por toda parte.

O comandante das tropas dos EUA, general Karl Eikenberry, afirmou que estava sendo apurado o motivo de civis também terem morrido. Nesta época do ano, é comum que cresçam os ataques de insurgentes no Afeganistão, conforme derrete a neve nas montanhas ocupadas por eles, mas a intensidade das ações e reações está maior neste ano. Milhares de soldados da Otan (aliança militar ocidental) já foram mandados para o sul do país, que concentra os remanescentes do Taleban. Desde julho passado, a aliança assumiu o comando das forças estrangeiras nessa região, em substituição aos EUA.

Segundo Eikenberry, há mais militantes e traficantes de drogas no sul do Afeganistão neste ano. Ele disse que quase todos os últimos confrontos com a insurgência foram iniciativa da Otan e das tropas afegãs.

Tanto o governador como um porta-voz das forças dos EUA culparam o Taleban por mortes de civis, alegando que os militantes se escondem em casas, mas o americano se disse certo de que o bombardeio atingiu um complexo do grupo.

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, havia pedido no mês passado que as tropas dos EUA tivessem cuidado ao atacar o Taleban em áreas residenciais.

No domingo, o chanceler do Afeganistão, Rangeen Dadfar Spanta, afirmou que líderes do Taleban estão no Paquistão e comandam ações desde o território vizinho. O Ministério de Relações Exteriores paquistanês respondeu dizendo que seu país não pode ser culpado e que os afegãos não conseguiam lidar com a situação de segurança.

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