Editorial do jornal americano Washington Post, publicado nesta quarta-feira (5), defendeu o bilionário Elon Musk no conflito com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes sobre a suspensão unilateral das atividades da rede social X no Brasil. De acordo com o jornal, a decisão do juiz brasileiro ataca a liberdade de expressão no país.
"O CEO bilionário da Tesla e da SpaceX está correto quando diz que a decisão de um jurista brasileiro de proibir unilateralmente o X, do qual ele é dono, de operar no país é um ataque à liberdade de expressão na internet ao redor do mundo", afirma um trecho do editorial.
O Post analisa que o juiz do STF iniciou uma busca para limpar a "desinformação online" há anos, exigindo das plataformas a remoção de perfis e conteúdos que ele considerava "ameaçadores para a democracia".
No entanto, essa iniciativa de Moraes teve um alto custo para a liberdade de expressão, segundo o jornal. "A campanha do Sr. Moraes teve um custo substancial para a liberdade de expressão - com mandados para remoções e até mesmo mandados de prisão muitas vezes emitidos em segredo e com escasso raciocínio para apoiá-los".
De acordo com o Post, essa decisão do ministro brasileiro soa como autoritária. "Seja qual for a ameaça à democracia que as contas que o Sr. Moraes queria eliminar possam ter representado, a ameaça de um funcionário do governo limitar a fala de 220 milhões de pessoas é maior", frisou o jornal.
Um dos pontos destacados na opinião crítica do Washington Post com a suspensão o X no Brasil foi o congelamento de ativos da Starlink, fornecedora de internet criada por Musk, com a finalidade de arcar com o pagamento de multas impostas pelo ministro à rede social. Segundo o jornal, "essa medida alinha o Brasil não com o mundo livre", mas com ditaduras como China e Rússia.
O editorial ainda faz críticas a uma declaração do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que disse: "o mundo não é obrigado a aturar a extrema-direita livre para todos [do Sr. Musk] só porque ele é rico".
Segundo o Post, "os brasileiros não deveriam ter que aturar um governo suprimindo pontos de vista políticos, por mais abominável que um tribunal possa achar isso", defendendo que independentemente do pensamento político, todos devem ter o direito de falar o que pensam e ter assegurado o devido processo legal.
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