Berlim O número de atentados terroristas triplicou nos últimos cinco anos, mas apenas uma minoria foi motivada pelo fanatismo religioso, e o principal foco de ataques não é o Oriente Médio, e sim a Ásia, segundo um relatório publicado pela Fundação Bertelsmann.
Nos últimos cinco anos, o número de ataques subiu de 700 para 2 mil ao ano. As vítimas entre mortos e feridos chegaram a 13 mil, contra 4 mil em 2001.
Apenas 26% dos ataques podem ser atribuídos a grupos religiosos e, particularmente, a fundamentalistas islâmicos. A maioria 36% é cometida por movimentos nacionalistas e separatistas.
Também não se confirma a teoria de que o Oriente Médio é o centro da violência terrorista, pois, segundo o estudo, a maioria dos atentados ocorre na Ásia, onde o número de conflitos é três vezes maior que na outra região.
O estudo aponta que 80% dos atentados ocorrem devido aos conflitos entre a Rússia e a Chechênia, no triângulo Índia-Caxemira-Paquistão, nas Filipinas, na Indonésia, no Iraque e na Colômbia.
"Apesar de nossa percepção da ameaça ser outra, devido aos atentados de Nova Iorque, Londres e Madri, a violência política geralmente ocorre onde é gerada, devido a injustiças sociais ou marginalização de grupos discriminados", afirmou o autor do estudo, Aurel Croissant, da Universidade de Heidelberg (Alemanha).
Segundo Croissant, "a causa principal da violência política não é, portanto, o fundamentalismo religioso, mas a pobreza, a segregação étnica, a fraqueza de um Estado, assim como a intervenção externa".
Sua conclusão é que, para melhorar a segurança mundial, o primordial é implantar políticas de desenvolvimento que dêem prioridade à luta contra a pobreza e ao fomento da democracia.
O estudo, intitulado "Violência e Extremismo", faz parte do Índice de Transformação 2006, um relatório elaborado regularmente pela Fundação Bertelsmann que analisa 119 países.