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Oriente Médio

Acordo com Israel pode sair em 2 meses, diz Abbas

Painel mostra o falecido líder Yasser Arafat e seu sucessor, Mahmud Abbas: pressão para criar Estado | Ashtiyeh Jaafar/AFP
Painel mostra o falecido líder Yasser Arafat e seu sucessor, Mahmud Abbas: pressão para criar Estado (Foto: Ashtiyeh Jaafar/AFP)

O presidente da Autoridade Na­­cional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, disse ontem que um acordo com Israel pode ser alcançado em dois meses, caso o premier israelense, Binyamin Netanyahu, queira adotar uma nova postura em relação ao processo de paz no Oriente Médio.

Em suas declarações, o líder palestino sugeriu que Netanyahu deveria adotar uma posição similar à de seu predecessor, Ehud Ol­­mert. "Estamos próximos de um acordo. A posição palestina está clara para os israelenses, e a posição dos israelenses apresentada por Olmert está clara para nós", acrescentou.

Durante seu mandado, Olmert disse que oferecera virtualmente toda a região da Cisjordânia aos palestinos, além de partes do leste de Jerusalém – áreas que foram capturadas por Israel e que os pa­­lestinos querem que faça parte de seu Estado – antes que as ne­­go­­ciações foram suspensas, no final de 2008. Netanyahu, que lidera um governo mais linha-dura, não deu até o momento in­­dicações de que estaria disposto a fazer concessões desse tipo.

Abbas disse ainda que "chegou a hora de se tomar decisões" e que não negociará a condição de que Jerusalém seja a capital do Estado palestino.

Em resposta aos comentários, Netanyahu disse, em uma nota, que deseja se sentar ao lado de Ab­­bas e negociar diretamente, até que um acordo seja alcançado. "Caso Abbas concorde com minha proposta de um diálogo direto sobre os principais pontos, sabemos que será possível chegar a um acordo", afirmou o premier.

Impasse

A atual rodada de negociações de paz foi interrompida no final de setembro, semanas depois de se­­rem iniciadas, quando Israel deixou de lado o congelamento da construção de assentamentos ju­­daicos na Cisjordânia. Abbas diz que Israel tem que cessar as novas construções em áreas ocupadas antes que o diálogo possa ser retomado. Netanyahu se recusa a cum­­prir a exigência.

Os pontos mais delicados in­­cluem a demarcação da fronteira entre Israel e a futura Palestina, a questão dos milhões de refugiados palestinas e a disputa por Je­­rusalém como terra santa.

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