Painel mostra o falecido líder Yasser Arafat e seu sucessor, Mahmud Abbas: pressão para criar Estado| Foto: Ashtiyeh Jaafar/AFP

Repressão

Morte de dois palestinos causa protestos

Dois civis palestinos morreram no fim de semana na Cisjordânia ocupada, vítimas da repressão israelense, atos que a Autoridade Palestina denunciou como uma "perigosa escalada" do exército de Israel.

Um jovem de cerca de 20 anos morreu na manhã de ontem, vítima de disparos de um soldado israelense, após uma discussão no posto de controle de Hamra, perto de Nablus, destacou um responsável dos serviços de segurança palestinos. Segundo a fonte, Mohamed Daraghme, que trabalhava em uma colônia israelense, não estava armado. Uma porta-voz do exército israelense declarou, por sua vez, que o homem "se aproximou do posto de controle com uma garrafa na mão e os soldados provavelmente tiveram medo de ser esfaqueados".

Na noite de sexta-feira, uma mulher de 36 anos morreu no hospital de Ramallah, após ter inalado gás lacrimogêneo, durante manifestação contra o muro de separação israelense na Cisjordânia, na cidade de Bilin. Soldados israelenses utilizaram grandes doses desse gás para dispersar o protesto.

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O presidente da Autoridade Na­­cional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, disse ontem que um acordo com Israel pode ser alcançado em dois meses, caso o premier israelense, Binyamin Netanyahu, queira adotar uma nova postura em relação ao processo de paz no Oriente Médio.

Em suas declarações, o líder palestino sugeriu que Netanyahu deveria adotar uma posição similar à de seu predecessor, Ehud Ol­­mert. "Estamos próximos de um acordo. A posição palestina está clara para os israelenses, e a posição dos israelenses apresentada por Olmert está clara para nós", acrescentou.

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Durante seu mandado, Olmert disse que oferecera virtualmente toda a região da Cisjordânia aos palestinos, além de partes do leste de Jerusalém – áreas que foram capturadas por Israel e que os pa­­lestinos querem que faça parte de seu Estado – antes que as ne­­go­­ciações foram suspensas, no final de 2008. Netanyahu, que lidera um governo mais linha-dura, não deu até o momento in­­dicações de que estaria disposto a fazer concessões desse tipo.

Abbas disse ainda que "chegou a hora de se tomar decisões" e que não negociará a condição de que Jerusalém seja a capital do Estado palestino.

Em resposta aos comentários, Netanyahu disse, em uma nota, que deseja se sentar ao lado de Ab­­bas e negociar diretamente, até que um acordo seja alcançado. "Caso Abbas concorde com minha proposta de um diálogo direto sobre os principais pontos, sabemos que será possível chegar a um acordo", afirmou o premier.

Impasse

A atual rodada de negociações de paz foi interrompida no final de setembro, semanas depois de se­­rem iniciadas, quando Israel deixou de lado o congelamento da construção de assentamentos ju­­daicos na Cisjordânia. Abbas diz que Israel tem que cessar as novas construções em áreas ocupadas antes que o diálogo possa ser retomado. Netanyahu se recusa a cum­­prir a exigência.

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Os pontos mais delicados in­­cluem a demarcação da fronteira entre Israel e a futura Palestina, a questão dos milhões de refugiados palestinas e a disputa por Je­­rusalém como terra santa.