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América do Norte

Ameaça de Trump gera dúvida sobre acordo comercial na América do Norte

Donald Trump, presidente dos EUA, ameaça acordo comercial na América do Norte
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. (Foto: Saul Loeb/AFP)

O bom momento criado por apoiadores do novo acordo comercial na América do Norte foi atenuado pela turbulência gerada por Donald Trump. Nesta semana, o presidente dos EUA ameaçou aplicar uma tarifa de 5% sobre as produtos mexicanos, a menos que o país vizinho reprima os imigrantes provenientes da América Central que tentam cruzar a fronteira dos EUA. A Câmara de Comércio dos EUA informou que está considerando uma ação legal para impedir que as tarifas entrem em vigor.

Grupos empresariais influentes temem que a ameaça de Trump contra o México possa inviabilizar o acordo comercial proposto. "A última coisa que queremos fazer é colocar esse acordo histórico - e os 2 milhões de empregos industriais que dependem do comércio norte-americano - em risco", disse Jay Timmons, presidente e diretor executivo da associação industrial National Association of Manufacturers, dos EUA.

Ameaça a acordo comercial causa preocupação

Alguns senadores do Partido Republicano também estão irritados com o anúncio de Trump, como o presidente do Comitê de Finanças do Senado, Charles Grassley, de Iowa. "Isso é um mau uso da autoridade tarifária presidencial e contrária à intenção do Congresso", disse.

Assessores do Congresso de ambos partidos disseram que é muito cedo para dizer se a proposta de Trump vai atrapalhar o acordo. Mas a ameaça torna mais difícil para os legisladores avaliarem como o acordo melhoraria o cenário econômico se as tarifas sobre o México forem implementadas.

O governo Trump vinha tomando medidas de apoio ao acordo Estados Unidos-México-Canadá, buscando diálogo com legisladores democratas e republicanos. Tinha se comprometido a se reunir com um grupo de democratas da Câmara para acalmar as preocupações sobre o texto, um gesto que, como descreveu a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, colocou os democratas "em um caminho para o sim".

Mas Pelosi avaliou que a ameaça tarifária de Trump "não foi um passo positivo". "Indica falta de conhecimento por parte da administração sobre a política e o processo para aprovar um acordo comercial", disse.

Para ela, a declaração do presidente dos EUA não está enraizada em uma sábia política comercial, mas apenas relacionada com a política de imigração. "Mais uma vez, o presidente está semeando o caos na fronteira, em vez de entregar soluções para os trabalhadores americanos e para os consumidores americanos", disse.

A Casa Branca está confiante de que o acordo passa na Câmara. Para a conselheira da Casa Branca, Kellyanne Conway, as tarifas não devem prejudicar a aprovação do pacto comercial. Segundo ela Trump simplesmente quer que o México faça mais para conter o fluxo de migrantes. "As tarifas são uma boa maneira de atrair a atenção de um parceiro comercial e, aparentemente, isso aconteceu", disse.

México tenta aliviar tensões

O secretário de Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, anunciou que ele e o secretário de Estado, Mike Pompeo, liderariam as negociações na quarta-feira, em Washington, uma medida considerada como potencial de aliviar as tensões e evitar tarifas retaliatórias.

Tanto o México quanto o Canadá estão avançando com passos para ratificar o acordo comercial. O ministro das Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland, indicou que cabe aos EUA e ao México resolver sua disputa. "Esta é uma questão bilateral", disse ela.

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